Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 018

Comparação entre Noradrenalina Plasmática, Fração de Ejeção do Ventrículo Esquerdo e Variabilidade da Frequência Cardíaca em Pacientes com Insuficiência Cardíaca Grave.

Manoel F. Canesin, César J. Grupi, Dália Ballas, Antonio C. P. Barretto, Paulo J. Moffa, Giovanni Bellotti.

Incor - HCFMUSP

 

Objetivos: Embora existam vários índices de risco para pacientes com insuficiência cardíaca congestiva (ICC) , que avaliam diferentes aspectos da doença, pouco se conhece sobre a correlação entre eles. O objetivo é estudar a correlação de três diferentes índices de gravidade da IC: a noradrenalina plasmática (NOR), a fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) e a variabilidade da frequência cardíaca (VFC), em pacientes com ICC grave .

Casuística e Métodos: Foram estudados prospectivamente 23 pacientes (12 homens), com 53± 13 anos que necessitaram de internação hospitalar por IC congestiva classe funcional IV (NYHA) de diferentes etiologias. Após dois dias de internação, todos os pacientes foram submetidos à dosagem de noradrenalina plasmática pela manhã através de técnica padronizada. Em seguida instalou-se o monitor de Holter 24 horas para análise da VFC considerando-se para tal o desvio padrão do intervalo RR (DPRR). Foram excluidos pacientes que não estavam em ritmo sinusal ou possuiam mais de 10% dos batimentos por extrassístoles. Realizou-se o ecocardiograma bidimensional quantificando a FEVE. A análise estatística utilizou a técnica de regressão linear múltipla para avaliar a associação entre FEVE e NOR com SDRR, bem como o coeficiente de correlação de Pearson.

Resultados: O grupo estudado possui média± dp da NOR de 948± 1499 pg/ml, FEVE 35± 9% e DPRR 57± 35 ms. Foi baixa a correlação entre as variáveis SDRR, NOR, e FEVE duas a duas respectivamente (r=-0,27; r=0,37; r=-0,34). A análise de regressão também não apontou associação significante da NOR(p=0,50) e FEVE(p=0,09) com SDRR.

Conclusão: Embora dados da literatura mostrem que a FEVE, catecolaminas plasmáticas e VFC possuem correlação isolada com o grau de gravidade da IC, nossos dados mostraram que na IC congestiva grave em fase de compensação não se observou forte correlação entre a dosagem plasmática de NOR, a FEVE e o desvio padrão do intervalo RR.