Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 029

Endocardite infecciosa durante a gestação. Resultados materno e fetais.

Walkíria S Ávila, Max Grinberg, Eduardo G Rossi, Fernando de P Machado, Giovanni Bellotti.

Instituto do Coração do HCFMUSP, São Paulo.

 

Fundamento: Endocardite infecciosa (EI) na gravidez é rara e pode associar-se a mau prognóstico materno-fetal.

Objetivo: Avaliar os aspectos clínicos e a evolução de pacientes que apresentaram EI na gestação.

Métodos: Estudamos prospectivamente quatro pacientes com média de idade de 28,5 anos com diagnóstico clínico e ecocardiográfico de EI confirmado pela cirurgia cardíaca ou estudo necroscópico. Uma paciente não apresentava história de cardiopatia e as demais eram portadoras de: insuficiência da valva mitral por prolapso; insuficiência aórtica reumática e comunicação interventricular associada a estenose pulmonar.

Resultados: Todas pacientes evoluíram para insuficiência cardíaca congestiva entre 16 e 20 semanas de gestação. As hemoculturas foram positivas para Estreptococos viridans em uma paciente e negativas nas demais. O ecocardiograma identificou vegetações em todas pacientes. O tratamento antibiótico permitiu o controle da febre, contudo a ocorrência de insuficiência cardíaca refratária exigiu tratamento cirúrgico em todas pacientes. Houve um óbito materno prévio a cirurgia por hemorragia meníngea. As demais três pacientes operadas (uma na 19ª semana de gestação e duas no puerpério) obtiveram alta hospitalar. Houve dois partos cesárea e um normal. Os recém-nascidos tiveram peso médio de 2130 g sendo que um deles apresentou anomalia do sistema nervoso central e morreu 16 meses após nascimento.

Conclusões: Nossos dados mostraram que a EI durante a gravidez apresenta alta incidência cardíaca refratária e que o tratamento cirúrgico deve ser considerado.