Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 076

Resultados a Longo Prazo de Comissurotomia Mitral: Seguimento Clínico Durante 15 anos.

Autores: Zilda M. Meneghelo, Raimundo Lelis Filho, Angela T Paes, Cecilia M. Barroso, Mercedes Maldonado, Dorival J D Togna.

Instituto "Dante Pazzanese" de Cardiologia - São Paulo - SP

 

Fundamento: Apesar do sucesso já estabelecido da valvoplastia mitral percutânea, a comissurotomia mitral cirúrgica a céu aberto (CMA) ainda é uma opção terapêutica para os pacientes (p) com estenose mitral (EM).

Objetivo: Avaliar os fatores preditivos (FP) importantes para a reestenose (RE) e resultados não satisfatórios nos primeiros 5 anos de p com EM que se submeteram a CMA a longo prazo.

Delineamento: Estudo retrospectivo e observacional.

Material: Entre Jan./80 a Jan./90 foram analizados duzentos e doze p. Houve predominância do sexo feminino 176p (83%); rítmo sinusal 153p (72,2%) e classe funcional III e IV da NYHA 192 p (90,6%). Refluxo mitral (IM) discreto estava presente em 41p (19,3%). A média (m) de átrio esquerdo (AE) foi de 49,8mm, da área valvar (AV) 0,90cm2 (0,63-1,2) e do gradiente de 15,3 ± 4,1 mmHg. A idade e o segmento médio foram de 33,6 anos ± 13,6 (12 - 69) e 8,5a respectivamente.

Método: Participaram deste estudo p que tinham dados ecocardiográficos antes e durante o período de observação pós operatória. Determinamos como resultados não satisfatórios aqueles p que necessitaram de um tratamento intervencionista nos primeiros 5 anos. O método estatístico utilizado foi o teste de Qui quadrado com estimador de Kaplan-Meier e teste de Log Rank. O nível de significância adotado foi de 5%.

Resultados: O óbito imediato foi de 4p (1,9%) e o tardio de 5p (2,4%). Das variáveis analisadas para a RE não observamos significância estatística em: sexo; faixa etária abaixo de 18a; presença de FA; tamanho do AE maior que 60mm; AV menor que 0,80cm2; realização de papilotomia associada; presença de IM discreta pré-operatória. A idade < de 18a teve influência no aparecimento de IM cirúrgica no pós-operatório imediato ou nos primeiros 36 meses (P-0,12). A probabilidade de sobrevivência após 15 a foi de 93,1%.

Conclusão: Neste grupo estudado não encontramos, através das variáveis, FP para a RE. A idade < de 18 anos apresentou maior incidência de IM cirúrgica no pós-operatório. A sobrevida dos p com EM foi satisfatória.