Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 148

Características Morfológicas da Parede de Artéria de Médio Calibre em Hipertensos

Mario F T Neves, Julia F Sousa, Rafaela C Rodrigues, Wille Oigman

Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) - Rio de Janeiro - RJ

 

Fundamento: Alterações funcionais nas artérias de médio calibre já foram descritas em hipertensos. No entanto, são muito escassos os trabalhos sobre as modificações patológicas estruturais nesses vasos.

Objetivo: Identificar as alterações na morfologia da parede arterial uterina secundárias à hipertensão aterial.

Delineamento: estudo transversal.

Casuística: 26 pacientes com indicação de histerectomia eletiva foram selecionadas e divididas em 2 grupos. O grupo 1 (controle) foi constituído de pacientes normotensas e o grupo 2 de hipertensas sem tratamento regular.

Material: Foram obtidos 2 segmentos da artéria uterina de cada paciente logo após a histerectomia.

Métodos: Os segmentos arteriais foram fixados, colocados sobre lâminas e corados. O tipo de espessamento da camada íntima e a presença de hipertrofia celular na camada média foram pesquisados. As características das fibras e das lâminas elásticas também foram observadas.

Resultados: Apenas 1 paciente não apresentou espessamento intimal. O grupo hipertenso demonstrou espessamentos maiores em relação ao grupo normotenso (p=0,0365). As hipertensas também apresentaram maior número de fibras elásticas intimais (p=0,0813) com uma distribuição mais homogênea (p=0,0484). Na camada média, a hipertrofia celular foi pouco mais freqüente entre as pacientes hipertensas. Não houve diferença significativa na relação célula/matriz entre os dois grupos.

Conclusões: A hipertensão arterial parece acelerar o espessamento intimal relacionado à idade. As hipertensas apresentam tendência para aumento quantitativo e maior homogeneidade do complexo elástico intimal da artéria uterina. O espessamento das túnicas parece ser devido ao aumento do número de elementos celulares e de componentes da matriz extracelular, mantendo a relação célula/matriz pouco alterada.