Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

TL 153

Fonseca, Willian R; Machado, Gustavo C. F. P; Umbelino, Cristiano C; Barros Neto, Wanderbilt D. de; Viotti, Danielle J. P; Almeida Ana Lúcia de.

Hospital Escola Jarbas Passarinho - FISS - Vassouras - RJ.

Avaliar o uso de drogas antihipertensivas (DAHs) é importante, já que permite definir com que critérios as mesmas são empregadas.

O uso de DAHs no Hospital Escola Jarbas Passarinho (HEJP), foi avaliado prospectivamente, por dois meses, analisando-se todas as prescrições dos serviços de Clínica Médica, Cirúrgica e Obstétrica, e identificando as DAHs mais utilizadas e as suas indicações. Os dados obtidos foram correlacionados com a patologia do paciente, suas características demográficas e seu nível socioeconômico (NSE). Subseqüentemente, o conhecimento teórico do "staff" médico sobre DAHs foi mensurado através de questionário específico.

Os resultados englobam a análise de prontuários de 69 pacientes e as respostas obtidas em 30 questionários, e são apresentados na tabela abaixo:

pts - pacientes; BEC - Bloqueador de entrada de cálcio; DIUR - Diuréticos; IEC - Inibidor de enzima de conversão.

Os dados não identificaram individualização do uso de DAHs quanto a raça (R), o NSE, e a patologia responsável pela internação. Entretanto, quando indagados se a R e o NSE deveriam influenciar na escolha das DAHs, 77% e 73% dos entrevistados responderam, respectivamente, que sim as questões.

Considerando-se que na população estudada 54% eram de R negra, que 49% tinham renda mensal menor que um salário mínimo, que o conhecimento teórico sobre os DIUR é superior aos de outras drogas, e o alto percentual de prescrições de BEC e IEC encontrado, concluímos haver uma discrepância entre a teoria e a prática no uso de DAHs no HEJP, sendo lícito especular que isto influencie negativamente na aderência ao tratamento, e por conseguinte no bom controle dos níveis tensionais dos pacientes atendidos por esta instituição.