Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

TL 176

Iran Gonçalves, Márcia R.X. Pinho, Antonio C. Carvalho, Eulógio E. Martinez.

UNIFESP - Escola Paulista de Medicina - São Paulo - SP

Objetivo: Os beta-bloqueadores (BB) fazem parte da terapêutica de escolha na insuficiência coronária e na hipertensão arterial. A sua utilização na população idosa é motivo de controvérsia devido aos seus potenciais efeitos adversos.

Material e Métodos: Estudo retrospectivo de pacientes com idade a partir de 65 anos, atendidos no Ambulatório de Cardiogeriatria, no período de março de 1993 à agosto de 1995.

Resultados: Foram avaliados 192 pacientes ambulatoriais: destes, 67 (34,9%), receberam BB devido à insuficiência coronária (59 pacientes), hipertensão arterial (6 pacientes) ou arritmia (2 pacientes) sem apresentarem contraindicação formal ao uso da droga (Killip ³ 3, DPOC grave, insuficiência vascular periférica severa e diabetes de difícil controle). Dos pacientes que utilizaram BB 54% eram do sexo masculino com média de idade de 75,9 anos (65-86 anos). Dos pacientes com insuficiência coronária, 30 pacientes (50.8%) tinham antecedentes de infarto do miocárdio. A dose utilizada foi de 40-160 mg para o propranolol, 50-100 mg para o atenolol e 200 mg para o metoprolol. A droga foi suspensa em apenas 10 pacientes (14.9%), sendo 2 devido a broncoespasmo, 1 por surgirem sintomas de ICC, 1 por piora da insuficiência vascular periférica, 1 por descompensação do diabetes e 5 sem motivo aparente (reintroduzido em 4 pacientes). Dos pacientes estudados, 35 deles (52,2%) utilizam a droga há mais de 12 meses e 18 (26,9%) há mais de 36 meses.

Conclusão: As diversas formas de BB empregadas em cardiopatas idosos ambulatoriais demonstram que estes medicamentos são bem tolerados, mesmo a longo prazo, e que a taxa de complicações reais levando a suspensão da droga é inferior a 8%. A pré seleção adequada é muito importante e 1/3 dos pacientes idosos ambulatoriais podem usar BB.