Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 191

Tratamento de Lesões Coronárias Muito Longas Através dos Stents. Qual a Melhor Estratégia?

Luiz F. Tanajura, Fausto Feres, Aurea Chaves, Marinella Centemero, Sergio Braga, Gustavo Ramalho, Rodrigo Sepetiba, Amanda Sousa, J. Eduardo Sousa.

Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, São Paulo, SP.

 

Fundamentos: O emprego dos stents tem possibilitado a abordagem de estenoses coronárias complexas, tais como as lesões muito longas (LML), com extensão > 20mm. Ainda não está claro, porém, se, nas LML, a estratégia preferencial deve basear-se no emprego de uma ou mais próteses.

Objetivo: Comparar os resultados imediatos / tardios de stent único e múltiplas próteses em casos de LML.

Delineamento: Avaliação prospectiva de nossa casuística de pacientes (P) tratados com stents, empregando a técnica de liberação ótima.

Pacientes: Entre 2/94 e 3/97 foram tratados 945 P, dos quais 122 (13%) apresentavam LML. Estes P foram divididos em 2 grupos: A) 56 (46%) com implante de 1 stent; B) 66 (54%) tratados com múltiplas próteses.

Métodos: Definições: a) sucesso primário: lesão < 50% + ausência de complicações hospitalares; b) evolução livre de eventos (ELE): ausência de angina, infarto, revascularização da lesão-alvo (RLA) e óbito; c) reestenose: lesão > 50%. As medidas angiográficas foram realizadas objetivamente.

Resultados: Os grupos mostraram-se semelhantes em relação as várias características clínicas. A extensão média das lesões foi 26mm em A (21-48mm) x 29 mm em B (21 - 52mm) (p = NS). O sucesso primário foi 98% em A e 97% em B (p=NS). Complicações maiores ocorreram em 1 (1,7%) caso de A (infarto Q) e 1 (1,5%) p de B (cirurgia de emergência). Não houve óbitos hospitalares. Na evolução tardia, com evolução > 6 meses semelhante (A = 27% x B = 32%; p = NS), observou-se ELE em 11% de A e 9% de B (p = NS). Angina (A=11% x B=9%) e RLA (A=5% x B = 6%; p = NS) também ocorreram de forma semelhante. Não foram observados casos de infarto ou óbitos. Foram reestudados 8 (14%) P de A e 10 (15%) casos de B; identificando-se reestenose em 3 e 6 P respectivamente.

Conclusões: Os resultados deste estudo sugerem: 1) o manuseio das LML através dos stents parece ser seguro e eficaz; 2) os resultados observados com stents únicos e múltiplos parecem ser semelhantes.