Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 227

Dispersão do Intervalo QTC Nos Diferentes Padrões Geométricos e Funcionais do Ventrículo Esquerdo Na Hipertensão Arterial Sistêmica

Maurício B. de F. Rachid, Cristina M. S. Almeida, Rosemaria D. Andrade, Simone S. Porto, Alfredo A. Potsch e Nelson F. G. Mattos.

Serviço de Cardiologia - Hospital Central da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro - RJ.

 

Fundamento Aumento da dispersão do intervalo QTc foi demonstrado em hipertensos com hipertrofia ventricular esquerda e na insuficiência cardíaca congestiva. Seu comportamento nos diferentes padrões evolutivos da hipertensão arterial sistêmica ( HAS ) ainda não foi estabelecido.

Objetivo Analisar a dispersão do QTc nos diferentes padrões morfológicos e funcionais da HAS .

Delineamento Estudo prospectivo.

Pacientes Foram estudados 162 pacientes oriundos de uma mesma instituição.

Métodos Eletrocardiograma analisado "off-line" por microcomputador e ecocardiograma modo M guiado pelo bidimensional. Os pacientes foram dividos em 64 normais (G1), 25 com remodelagem concêntrica (G2), 20 com HVE excêntrica (G3), 43 com HVE concêntrica (G4) e 10 com disfunção sistólica do ventrículo esquerdo (G5).

Resultados Houve correlação significativa da dispersão do QTc com o índice de massa ventricular (r = 0,45 e p<0,001). Após ajuste para idade, fração de ejeção e no de derivações aferidas, a correlação manteve-se significativa (r = 0,37 e p<0,001). À análise multivariada em "stepwise", somente a disp do QTc e a idade foram preditores independentes de HVE ( p<0.0001 e <0,05). As disps. QTc foram 42,60 +18,76 ms no G1, 41,52+ 22,40 ms no G2; 54,60+17,24ms no G3; 59,11+ 26,58ms no G4 e 71,20+24,63ms no G5, respectivamente (p<0,001), com as diferença permanecendo significativas após inclusão da idade e da fração de ejeção num modelo de MANOVA (p<0,01).

Conclusão A dispersão do QTc difere significativamente entre os diversos padrões geométrico-funcionais do ventrículo esquerdo na hipertensão arterial sistêmica, sendo preditora independente de HVE.