Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

TL 233

José A. Marin-Neto, Marcus V. Simões, Moysés O. Lima-Filho, Elias M. Ayres-Neto, José L. Attab-Santos, Benedito C. Maciel.

Lab. Cardiologia Intervencionista, HC- USP-Ribeirão Preto - SP

Objetivo: Em pacientes tratados com trombolíticos, a identificação de viabilidade miocárdica (VM) na zona do infarto pode ser crucial para a decisão de realizar-se angioplastia coronária transluminal percutânea (ACTP) durante o próprio procedimento angiográfico diagnóstico (Cat). Assim, intentou-se comprovar VM na área do IAM, a partir da patência coronária e mobilidade parietal (MP), e validar essa observação por método perfusional nuclear.

Métodos: 149 pts consecutivos, tratados até 12 horas do IAM com trombolítico EV, foram submetidos a cateterismo no intervalo máximo de 4 semanas após IAM. Mobilidade normal ou hipocinesia discreta foram considerados indicadores de VM na zona do IAM. Cintilografia com 201Tálio foi também realizada em subgrupo de 35 pts.

Resultados: A artéria relacionada (AR) com o IAM encontrava-se ocluida em 42 pts (28%). A correlação com a MP identificou VM em 8 (19%) desses pts. Outros 70 pts (47%) apresentavam AR pérvia com lesão grave (> 50% de redução do diâmetro luminal). Desses, exibiam MP indicativa de VM 42 (60%) pts. Cintilografia c/ Tálio-201 confirmou VM total ou predominante em 80% do subgrupo submetido a este exame (35 pts). Nesse subgrupo de pts, a análise comparativa dos resultados do Cat contra os resultados da cintilografia na estimativa de VM na zona do IAM revelaram sensibilidade = 78 % e especificidade = 100 %.

Conclusões : Com indicadores obtidos durante o Cat diagnóstico é possível identificar-se contingente muito apreciável de pts pós IAM tratados com trombólise química que mantém VM predominante na zona do infarto. Considerando-se a frequência relativamente alta de AR ocluídas ou com lesão residual grave habitualmente encontradas, essa detecção precoce de VM pode embasar condutas intervencionistas imediatas.