Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 267

Reserva de Fluxo Coronário em Pacientes Submetidos ao Implante de Stent Comparado com Pacientes Tratados por Angioplastia Ótima por Cateter Balão.

Ibraim Pinto, Alexandre Abizaid, Fausto Feres, Luiz A. Mattos, Luiz F. Tanajura, Manoel Cano, Galo Maldonado, Amanda Sousa, J. Eduardo Sousa

Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia - São Paulo - SP

 

Fundamento: Trabalhos recentes sugeriram que a angioplastia coronária ótima (AO - lesão residual < 30%), tem evolução imediata e tardia semelhante a dos pacientes tratados com stents intracoronários (S). Não existe porém, comparação do impacto funcional destes procedimentos.

Objetivo: Comparar o impacto da AO e dos S sobre a reserva de fluxo coronário.

Delineamento: Estudo prospectivo, comparativo, descritivo.

Pacientes: Analisamos 438 pacientes, 239 submetidos a AO e 199 a S.

Métodos: Todos os casos foram realizados sob orientação da angiografia quantitativa on-line, que definiu o diâmetro de referência (D.R.) das artérias e o diâmetro mínimo da luz (D.M.L.) antes e ao final do procedimento. A diferença do D.M.L. nestes 2 momentos fornecia o ganho imediato. A reserva de fluxo coronário foi medida através da determinação da hiperemia miocárdica máxima, antes e ao final do procedimento.

Resultados: O D.R. era 2,76 mm no grupo da AO e 3,09 mm no grupo dos S. O D.M.L. era, no ínicio do procedimento, 0,8 mm no grupo da AO e 0,9 mm no grupo dos S. Ao final da intervenção porém, o D.M.L era menor no grupo da AO (2,54 mm versus 2,97 mm, p=0,01), embora ambos grupos apresentassem lesão residual <30%. O ganho imediato foi de 1,74 mm para os pacientes da AO e 2,07 mm para os pacientes dos S. Já a reserva de fluxo coronário, que antes do tratamento era semelhante nos dois grupos (AO= 1,15; S= 1,27, p= n.s.), ao final da dilatação era significativamente menor no grupo da AO (2,14 versus 3,15 para o grupo dos S, p= 0,01).

Conclusão: Embora ambos procedimentos promovam ganho da reserva de fluxo coronário, este é mais pronunciado nos pacientes que receberam S, da mesma forma que acontece com o aumento do D.M.L.. É possível que o maior ganho anatômico influencie o benefício trazido pelo procedimento para o fluxo coronário.