Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

TL 307

Diminuição da Modulação Vagal Sobre a Variabilidade da Freqüência Cardíaca com Piridostigmina

Amália F Reis, Ruy S Moraes, Bianca G Bastos, Elton L Ferlin, Jorge P Ribeiro, Paulo V Pontes, Antonio Claudio L Nóbrega

Pós-graduação em Cardiologia e Depto. de Fisiologia, UFF, Niterói, RJ e Hospital de Clínicas de Porto Alegre, UFRGS, Porto Alegre, RS

Fundamentos: A piridostigmina é um inibidor reversível da colinesterase e assim provoca estimulação colinérgica. Entretanto, seu efeito sobre a variabilidade da freqüência cardíaca (VFC) ainda é controverso.

Objetivos: Avaliar o efeito da piridostigmina sobre a VFC em indivíduos normais.

Metodologia: Quatro voluntários sadios (3 mulheres; idade 27±5 anos), foram submetidos à um protocolo randomizado duplo cego cruzado, onde receberam brometo de piridostigmina via oral por 24 h (30 mg - 8/8 h) ou placebo em dias separados. Em ambos os dias foi gravado o ECG de 24 h e calculado o percentual dos intervalos RR sucessivos com diferenças superiores a 50 ms (PNN50) e a análise espectral da VFC em repouso em períodos de 256 s. Os resultados foram analisados através do teste-t de Student pareado e considerados significativos os resultados com P < 0,05.

Resultados: A incidência de efeitos colaterais e os valores de pressão arterial de repouso foram semelhantes com piridostigmina e placebo. Os resultados da VFC foram os seguintes (média ± EP):

Conclusão: A piridostigmina reduziu a potência espectral total e o componente de alta freqüência da VFC avaliada em repouso, sugerindo diminuição da modulação vagal sobre a VFC. Este efeito decorreu da provável ação tônica da droga, que saturando os receptores colinérgicos cardíacos, reduziu as flutuações fisiológicas da freqüência cardíaca. A magnitude da modulação vagal nas 24 h, medida através do PNN50, não foi alterada pela piridostigmina na dose utilizada. (Apoio financeiro do CNPq)