Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

TL 313

Karen F. Prado, Jorge P. Ribeiro, Alexandre Quadros, Nadine Clausell

Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS

Introdução: Mecanismos imunoinflamatórios parecem estar associados as síndromes coronarianas agudas (SCA). No entanto, a possível associação entre os níveis plasmáticos de mediadores inflamatórios caracterizando ativação endotelial, e a apresentação clínica das doenças arteriais coronarianas agudas (DAC) tem gerado controvérsias.

Objetivo:Detectar disfunção endotelial representada pelos níveis plasmáticos da molécula de adesão do endotélio vascular (VCAM) 1, e sua associação com as diferentes manifestações clínicas de DAC.

Métodos: Foram medidos os níveis plasmáticos da VCAM-1 através do método ELISA, em pacientes com: dor torácica e artérias coronarias epicárdicas (ACE) normais (n=8; 57+/-9anos); angina estável e ACE com lesão (n=14; 56+/-11 anos); angina instável e ACE com lesão (n=18; 62+/-10 anos) e em voluntários saudáveis sem fatores de risco para DAC. As comparações foram realizadas pelo método ANOVA.

Resultados: Os níveis da VCAM-1 foram significativamente mais elevados nos pacientes com angina instável e nos pacientes com dor torácica e coronarias normais quando comparados aos pacientes com angina estável (1178pg/ml +/-206 EP; 2307pg/ml +/-295 EP versus 1730pg/ml +/-178 EP; p=0,05). Os tres grupos apresentaram valores plasmáticos significativamente elevados da VCAM-1 quando comparados aos voluntários saudáveis (734pg/ml +/-97 EP).

Conclusão: Nossos resultados demonstram que na DAC a disfunção endotelial está estreitamente relacionada com a presença de dor torácica e que esta por sua vez, pode estar dissociada do grau de doença nas ACE. Nós especulamos que a restauração da função endotelial, como por exemplo através do controle dos fatores de risco, possa modificar o curso clínico da DAC estabelecida.