Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 385

Registro Multicêntrico Internacional de Angina Instável e Infarto não Q. Resultados finais do OASIS.

Leopoldo S. Piegas, em nome dos Investigadores OASIS, São Paulo, SP.

Centro Coordenador Brasileiro, São Paulo, SP.

 

Fundamento: As características clínicas das síndromes isquêmicas agudas caracterizadas como angina instável (AI) e infarto do miocárdio (IM) não Q, mais frequentes que o próprio IM transmural , apresentam grande interesse clínico para o planejamento das intervenções destinadas ao seu controle.

Objetivo: Avaliar a nível internacional as tendências e práticas clínicas no manuseio da AI e IM não Q.

Delineamento: Registro aberto, multicêntrico e internacional.

Casuística e métodos: O registro Organização para Avaliar Estratégias em Síndromes Isquêmicas (OASIS) , incluiu 7.962 pacientes em 79 centros investigadores distribuídos em 7 paises (Austrália, Brasil, Canadá, Hungria, Polônia e USA), sendo que Brasil incluiu 1.477 (19%).

Resultados: No OASIS a idade média foi de 65 anos, mulheres 39%, hospitalização média de 7 dias, sendo feito o diagnóstico de AI em 87% e IM não Q em 13%. Como antecedentes importantes encontrou-se IM prévio em 42%, tabagismo em 22% e diabetes em 21%. O tratamento intra-hospitalar incluiu betabloqueadores em 62%, antagonistas do cálcio em 57%, aspirina em 91%, nitratos IV em 82% e heparina IV em 74%. A taxa de mortalidade/IM intra-hospitalar foi de 4,8%, angina refratária (isquemia recorrente severa em ótima terapia, com alterações de ECG, levando a procedimentos de reperfusão) em 6,2%. Observou-se que em 7 dias, coronariografia (58,4% vs 20,2%), angioplastia coronária (15,9% vs 4,9%), revascularização cirurgica (11,5% vs 1,6%), acidente vascular cerebral (0,5% vs 0,18%), hemorragias maiores (0,96% vs 0,36%), foram significativamente mais frequentes no grupo Brasil + USA do que no grupo formado pelos outros países; entretanto mortalidade/IM (4,6% vs 4,9%) não apresentou variação significativa entre os dois grupos.

Conclusão: O registro OASIS mostrou uma diferença no comportamento da utilização de intervenções coronárias entre os diferentes países participantes, sem modificar as taxas de mortalidade/IM, porém com menor incidência de angina refratária e, uma pequena, porém maior de acidente vascular cerebral e hemorragia maior.