Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 411

A Minitoracotomia Em Cirurgia Cardíaca Para Doenças Orovalvares E Congênitas Em Pacientes Com Menos De 50 Anos

Cláudio R. C. Assumpção, Bernardo S. Lacerda, Carlos C. L. Pereira, Cláudio F. Nunes Fº

Clínica e Cirurgia do Coração (Clicicor) - Rio de Janeiro (RJ)

 

Objetivos: Avaliar os resultados da cirurgia de minitoracotomia em pacientes com menos de 50 anos em doenças congênitas e orovalvares como técnica alternativa à esternotomia mediana convencional.

Pacientes e métodos: Entre o período de setembro de 1996 a abril de 1997 foram avaliados 13 (treze) pacientes (pac.) com idade entre 3,4 e 46 anos (x = 21,1 anos), sendo 08 (oito) do sexo masculino e 05 (cinco) do sexo feminino. Eram 09 (nove) adultos e 04 (quatro) crianças. Dos portadores de doença orovalvar (n = 8), 04 foram submetidos à troca valvar aórtica, 02 à troca valvar mitral e 02 à comissurotomia mitral. Dos portadores de doença congênita (n = 5), 02 foram submetidos à ressecção de membrana subaórtica, 02 à atrioseptoplastia e 01 à atrioseptoplastia associada à valvuloplastia mitral. As incisões cirúrgicas utilizadas foram paramedianas transversal (05 pac.) e longitudinal (08 pac.) cujos tamanhos não ultrapassaram 10 (dez) centímetros de extensão.

Resultados: Todos os pac. admitidos no pós-operatório foram extubados precocemente (x = 03:43 h). Apenas 01 pac. (o de maior idade) apresentou complicações pulmonares (atelectasia, derrame pleural e pneumotórax). A analgesia necessitou ser regular com antiinflamatórios na maioria dos pac. e em apenas 02 casos o uso de opóides foi necessário. A drenagem sanguínea nas 48 horas de pós-operatório não ultrapassou 550 ml (x = 258,72 ml) em 11 pacientes, sendo que em apenas 02 casos houve drenagem de 750 e 970 ml, respectivamente.O tempo de circulação extracorpórea prolongado (110 min) em dois casos não interferiu no momento da extubação (x = 02:20 h). Porém, o uso de hemoderivados após o by-pass cardiopulmonar foi necessário na maioria dos pacientes (n = 09), não sendo utilizado em apenas 04 casos. Não houve nenhuma complicação neurológica nos casos operados e não houve nenhum óbito imediato ou tardio.

Conclusão: A minitoracotomia paraesternal com incisão menor que 10 cm é uma técnica cirúrgica alternativa para pacientes menores de 50 anos portadores de doença cardíaca orovalvar (mitral e aórtica) e patologias congênitas selecionadas, proporcionando uma recuperação pós-operatória mais rápida com índices de complicações pulmonares, cirúrgicas e infecciosas inerentes à esternotomia mediana extremamente baixas, apesar do pequeno número de pacientes analisados.