Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 468

Transplante Cardíaco e Qualidade de Vida

Gisele A.Fernandes, Maria Alice L. De Abreu, Joyce M. dos Santos

Hospital Beneficência Portuguesa - São Paulo
Hospital Rio Mar - Rio de Janeiro

 

Pretendeu-se avaliar a Qualidade de Vida (QV) de trinta pacientes submetidos ao transplante cardíaco. Neste trabalho o conceito QV foi utilizado como uma interação equilibrada e satisfatória do desempenho individual dos aspectos físico, psíquico e social refletidos em sua existência atual. Foram realizadas entrevistas retrospectivas e aplicados os seguintes testes psicológicos: Inventário de Depressão Beck (BDI) e Figura Humana de Machower.

A avaliação se deu no período pós-operatório que variou de quinze dias à nove anos. A faixa etária da amostra variou de vinte e dois à setenta e três anos, sendo 93,3% do sexo masculino e 23,3% com nível superior de escolaridade.

O resultado da aplicação do BDI demonstra que 70% dos pacientes da amostra apresentam um grau mínimo de depressão. Verificou-se também que 40% retornaram ao trabalho, enquanto que a atividade sexual é relatada como satisfatória em 80% dos casos. Na análise do Teste da figura Humana de Machower nenhum paciente apresentou traços psicóides no desenho.

Constatou-se que 83,4% apresentavam-se fisicamente bem, sem limitações para atividades cotidianas, com total redução dos sintomas da miocardiopatia.

Concluiu-se neste estudo que o excelente resultado do transplante cardíaco na melhora da QV dos pacientes, estava intimamente relacionado com o bom relacionamento médico-paciente, o apoio familiar e o suporte psicológico, com a tarefa de auxiliar na reconstrução de um novo caminho, através de orientações desde o aspecto técnico-cirúrgico até o desenvolvimento de atividades no pós-operatório que os estimulem na reabilitação.