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Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia
TL 001
A Administração Prévia de Antiarrítmicos Influencia os Resultados da Cardioversão
Elétrica da Fibrilação Atrial Crônica ?
Dalmo A. R. Moreira, Julio Gizzi, Aida L. A. Maienzo, Maria C. Lopes, Pedro P. O.
Menezes, Rodrigo V. Valdivia, Velasquez P. O. Sá, Elizabete S. Santos, Carlos Sierra,
Luiz R. Moraes, J.E.M.R. Sousa.
Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, São Paulo.
Fundamentos: O sucesso da cardioversão elétrica (CVE) da fibrilação atrial (FA)
depende de muitos fatores, dentre estes, a establidade elétrica dos átrios. Se a
administração prévia de antiarrítmicos influencia os resultados do procedimento, ainda
não está estabelecido.
Objetivo: Avaliar se a administração prévia de antiarrítmicos pode interferir
no sucesso da CVE da FA crônica.
Delineamento: Estudo clínico prospectivo, randomizado
Pacientes: 77 P (idade média 59±12 a, 44 H e 33 M) com FA crônica (> 15 dias)
encaminhados para reversão da arritmia.
Métodos: Após anticoagulação plena, os P foram divididos em 2 grupos: GA, 34P
sem administração de antiarrítmicos; GB , 43 P que receberam amiodarona (32P) ou
quinidina (11P), antes de submeterem-se à CVE. Após a reversão, todos receberam
antiarrítmicos para prevenção de recorrências e retornaram ao ambulatório após 30
dias. A população era homogênea quanto a idade, tamanho do átrio esquerdo, fração de
ejeção e tempo de duração da FA.
Resultados: A CVE foi bem sucedida em 55/77 P (71,4%) , destes 25/34 (73,5%) do
grupo A e 30/43 (69,7%) do grupo B (21/32 para amiodarona [65,6%]; 9/11 para a quinidina
[81,8%]) (p=0,12). A intensidade total das cargas foi 427±314 w para o grupo A, 580±301
w para os P com amiodarona e 445±369 w para os P com quinidina (p=0,07). O índice de
complicações foi semelhante em ambos os grupos (GA 4/34, 11.7% e GB 9/43, 21%, p=0,44).
Após a reversão 21/25 (84%) do grupo A e 16/30 (53,3%) do grupo B mantiveram-se em ritmo
sinusal no período de 30 dias (p=0,03).
Conclusões: a) fármacos administrados antes da CVE não influenciaram o sucesso
do procedimento; b) a intensidade do choque não diferiu entre ambos os grupos; c) o
índice de complicações foi semelhante nos grupos A e B.
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