Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

TL 002

Edilberto Figueiredo, Angelo A. V. de Paola, pelos Investigadores da SOCESP - Estudo Multicêntrico de Fibrilação Atrial

Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo - SOCESP

Fundamentos - Não há consenso na literatura quanto à energia mais adequada para a cardioversão elétrica (CVE) da fibrilação atrial (FA). Choques de alta energia aumentam a possibilidade de complicações e exigem sedação mais profunda. Níveis muito baixos de energia podem resultar em insucesso, levando à necessidade de múltiplos choques.

Objetivo - Determinar os níveis de energia mais adequados para a CVE da FA, mantendo a efetividade, com menor probabilidade de complicações.

Pacientes e métodos - Em estudo multicêntrico prospectivo, 86 pacientes com FA (47 M e 39 F - 21 a 83 anos) foram submetidos à CVE, utilizando choques com energia a critério dos investigadores participantes do estudo. Foram calculadas a taxa de sucesso do choaque inicial e a taxa cumulativa de sucesso para cad carga, correspondente à razão entre o número de sucessos utilizando choques com aquela carga e o total de pacientes expostos.

Resultados - A taxa global de sucesso da CVE foi de [65/86=75,6%], sendo

na taxa de sucesso foram da ordem de 0,25%/J, entre 100 e 200 J, e de apenas 0,06%/J, entre 200 e 360 J.

Conclusões - 1) Choques de 100 J tiveram sucesso em menos da metade dos casos. 2) Os incrementos na taxa de sucesso foram 4 vezes maiores com energias até 200 J, do que acima desse nível. 3) A utilização de um choque inicial de 200 J e, se necessário, um outro de 360 J, provavelmente teria revertido o mesmo número de casos, com menores riscos para os pacientes.