Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 008

Diagnóstico e Tratamento do Flutter Atrial Fetal.

Gustavo G Lima, Rejane F Dillenburg, Paulo Zielinsky.

Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul / FUC. Porto Alegre, RS.

 

Introdução: o flutter atrial (FL) é uma taquiarritmia fetal grave, em geral não associada a cardiopatia estrutural. Pode ser diagnosticado facilmente através de ultra-sonografia durante o período pré-natal e se não tratado provoca insuficiência cardíaca com conseqüente morte intra-uterina.

Objetivo: relatar a experiência inicial da Unidade de Cardiologia Fetal do IC/FUC no diagnóstico e tratamento do FL fetal.

Delineamento: estudo de série de casos.

Pacientes: sete pacientes com FL diagnosticados durante vida intra-uterina.

Métodos: no período de janeiro de 1989 a março de 1997 foram examinadas 2300 gestantes. Relatamos a experiência com o diagnóstico e tratamento dos casos de FL fetal.

Resultados: a prevalência de FL nesta população foi de 0,3%. Três pacientes necessitaram de tratamento invasivo com administração de amiodarona através de cordocentese. Não houve óbitos.

P IG FA CAV CE H Tratamento Suc. Tto.
1 36 440 2:1 não não D,indução do parto sim
2 36 400 2:1 não sim D, PR, A umb, PCVE sim
3 33 450 2:1 não sim D, PCVE sim
4 40 450 2:1 não sim D, PCVE sim
5 35 440 2:1 não sim D, PCVE sim
6 31 450 2:1 não sim D, A mat e umb sim
7 24 340 1:1 não sim D, A mat e umb sim

P=paciente; IG=idade gestacional; FA=freqüência atrial; CAV=condução atrioventricular; CE=cardiopatia estrutural; H=hidropsia; D=Digoxina; PR=Procainamida; A=Amiodarona; umb=umbilical; PCVE=parto para cardioversão; mat=materna.

Conclusões: o FL é uma taquiarritmia fetal pouco freqüente. Entretanto, por provocar insuficiência cardíaca e morte intra-uterina e por responder adequadamente ao tratamento, necessita de diagnóstico precoce e fácil acesso ao serviço especializado.