Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 013

Tratamento Curativo da Síndrome de Wolf-Parkinson-White por meio de Ablação Transcatéter com Rádio-Frequência.

Sérgio G Rassi, José A Jatene, Álvaro Moraes Jr., Fernando E Silveira, Anis Rassi Jr, Anis Rassi.

Hospital São Salvador - Goiânia (GO)

Objetivo: relato da experiência da Instituição no manuseio da Síndrome de Wolf-Parkinson-White (WPW), em relação aos aspectos eletrofisiológicos e aos resultados terapêuticos c/ ablação transcatéter com rádio-frequência(RF).

Metodologia: 87 pacientes (P) portadores de 92 vias anômalas (VA) com idade média de 29 ± 14 anos, 44 do sexo M, submeteram-se a estudo eletrofisiológico (EEF) e a ablação com RF; 59% das VA eram manifestas ao ECG convencional, sendo 13% delas de condução anterógrada exclusiva; 41% tinham condução retrógrada exclusiva (ocultas ao ECG); 39% dos P tinham apresentado síncopes ou pré-síncopes e 2% recuperados de "morte súbita".

Resultados: 54% das VA eram de localização lateral esquerda, 23% póstero-septais, 15% ântero ou médio-septais e 8% lateral direita, com período refratário efetivo anterógrado médio de 288 ± 61 ms e retrógrado médio de 267 ± 51 ms. A FC média durante a taquicardia átrio-ventricular ortodrômica foi de 174 ± 58 bpm. Outros circuitos arritmogênicos foram detectados : flutter atrial (23%), fibrilação atrial (21%), taquicardia nodal (7%) e taquicardia atrial (5%). A duração média do procedimento foi de 108 ± 137 min, com nº médio de aplicações de RF de 13 ± 11, havendo desaparecimento de pré-excitação durante emissão de RF com 5,4 ± 7,4s. A energia utilizada variou de 20 a 45 watts e a captação do potencial da VA esteve presente em 44% dos casos. O sucesso inicial do tratamento foi de 95% dos casos, com índice de recidiva em 8% (8 VA). Destes, 6 obtiveram êxito através de uma 2ª sessão de RF, correspondendo ao sucesso final de 92%. Ressalta-se que das 8 recidivas, 5 ocorreram durante os 20 primeiros casos realizados. BAV total ocorreu em 1 único P com VA médio-septal.

Conclusão: a ablação transcatéter com RF constitui método de excelência para o tratamento curativo e definitivo da Síndrome de WPW, cursando com elevado índice de sucesso e baixa ocorrência de complicações, particularmente em centros com elevado volume de processos ablativos e experiência adquirida ao longo de vários anos.