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Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia
TL 017É a Gestação Subsequente Bem Tolerada na Cardiomiopatia Periparto Francisco M Albanesi F.º, Tatiana T da Silva Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ , RJ
Fundamento: Oakley (In: Poole-Wilson et al, Heart Failure,1997:370-1) contra-indica novas gestações na cardiomiopatia periparto (CMP) com recuperação parcial da função, recomendando aguardar 3-5anos após compensação, para nova gestação, mesmo nas com normalização plena. Objetivo: Avaliar o comportamento das gestações subsequentes na CMP e suas repercussões materno e fetais. Delineamento: Série observacional prospectiva. Casuística: De 1976-1996 tivemos 34 casos de CMP, 16 a 41(x=26)anos, maioria não branca (68,1%), com classe funcional (CF) 1 na I, 5 na II,1 na III e 28 na IV, sem história familiar (+). Após compensadas migraram de CF, com 22 na I,10 na II e 4 na III. Eram aconselhadas a evitar novas gestações. Método: Acompanhamento clínico trimestral e complementar anual. Durante a gravidez eram seguidas a cada 3 semanas e no puerpério a cada 14 dias. Resultados: Foram 12 (35,3%)com gestações subsequentes, com 19 a 44(32) anos, 9 não brancas (75%), divididas em 2 grupos: G-I que normalizaram a área cardíaca (n=6) e G-II que permaneceram com cardiomegalia (n=6). O G-I tinha menor comprometimento inicial da CMP(3 CF II,1 na III e 2 na IV),todas evoluíram para CF I, nova gestação foi bem tolerada em 5 (83,3%), 1com 2 e 1 com 3 gestações, enquanto 1apresentou pré-eclâmpsia, evoluindo para CF II. Atualmente 5 estão na CF I e 1 na II. O G-II com maior envolvimento inicial (1 na CF II e 5 na IV), evoluíram 4 para CF I e 2 para II, nova gestação foi bem tolerada em todas , 1 teve 2 gestações. A mais idosa na CF II, teve deterioração progressiva para CF IV, vindo falecer 8 anos após a última gestação e 13 anos após CMP. As outras 5 estão vivas, sendo 3 na CF II. Não foram observadas alterações fetais e as gestações seguintes ocorreram 3-7anos (x=3,7) após compensação da CMP. Conclusões: São as gestações subsequentes bem toleradas na CMP , porém não isentas de risco, tendo sido encontrado pré-eclâmpsia (16,67%) no grupo com recuperação plena, que evoluiu com aumento da CF. Não foram observadas repercussões fetais e o tempo mínimo de 3 anos após compensação parece trazer mais segurança em novas gestações. |