Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

TL 020

Alfredo I. Fiorelli, Noedir A.G. Stolf, Luís Felipe P. Moreira, Fernando Bacal, Lurdes Igushi e Adib D. Jatene.

InCor-HC - Faculdade de Medicina da USP - São Paulo/SP

Objetivo: Apresentar a experiência no emprego da biópsia endomiocárdica do ventrículo direito no estudo das miocardiopatias e no controle da rejeição após o transplante cardíaco (TC).

Casuística: No período de 1978 a 1997, foram realizadas 3433 biópsias endomiocárdicas de ventrículo direito, sendo que em 61,9% dos casos o procedimento foi empregado no controle de rejeição aguda após TC e em 38,1% no estudo das miocardiopatias. A via de acesso preferencial foi a punção prercutânea de veia jugular interna direita, seguindo-se as veias jugulares esquerda, subclávia esquerda e femorais. Em 98,5% dos casos empregou-se a radioscopia na orientação do biótomo e nos demais a ecocardiografia.

Resultados: O estudo anátomo-patológico revelou, nos pacientes submetidos ao TC, a seguinte distribuição: sem rejeição em 895(42%), com rejeição discreta em 529(25%), moderada em 473(22%), severa em 26(1%), rejeição em regressão em 138(6,5%) e outras modalidades em 66 casos (3,5%). Naqueles com miocardiopatia observou-se a seguinte distribuição: reatividade histiocitária em 287(21%), miocardite leve em 166(12%), moderada em 122(9%), severa em 20(1%), hipertrofia de fibras em 390(28%), fibrose em 243(18%) e outras modalidades em 147(11%). As principais complicações observadas foram: pneumotórax em 23 casos (0,67%), perfuração de ventrículo direito em 17(0,49%), perfuração de veia cava em 1(0,03%), fibrilação ventricular em 1(0,03%) e a mortalidade foi de 5(0,14%) casos, nesta série.

Conclusão: A biopsia oferece importante subsídio na avaliação das miocardiopatias e principalmente, no controle dos episódios de rejeição aguda após o transplante cardíaco, podendo ser repetida várias vezes no mesmo paciente com baixa morbidade e mortalidade.