Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 023

Evolução Clínica de Portadores de Cardiomiopatia Hipertrófica com Marcapasso

Edmundo Arteaga, Charles Mady, Barbara M. Ianni, Martino Martinelli Filho, Roberto Costa, Fábio Fernandes, Protásio L. da Luz, Giovanni Bellotti, Fulvio Pileggi.

Instituto do Coração - HCFMUSP, São Paulo, SP

Fundamento: A estimulação cardíaca artificial vem sendo utilizada como uma alternativa no tratamento da cardiomiopatia hipertrófica (CMH), em pacientes refratários ao tratamento clínico com drogas.

Objetivo: Avaliar, de forma prospectiva, a resposta clínica e a sobrevida de pacientes portadores de CMH, nos quais foi implantado marcapasso (MP).

Casuística e Método: Entre fevereiro de 1994 e outubro de 1996, 13 pacientes (idade média de 46,6 anos; 25 a 67) foram submetidos a implante de MP: em 10 (77%), por serem refratários ao tratamento clínico, e em 3 (23%) por BAVT. Sete pacientes eram do sexo feminino. Dois pacientes (15%) estavam na classe funcional II (NYHA), 5 (38%) na III e 6 (46%) na IV. Foi realizada ecoDopplercardiografia antes e após implante do MP para avaliar o diâmetro, a espessura, a fração de ejeção (FE) e o gradiente da via de saída do VE, assim como o diâmetro do átrio esquerdo. O modo de estimulação foi DDD em 9 casos (69%) e VVI em 4 (31%).

Resultados: Após seguimento médio de 14 meses (1 a 32) 7 pacientes (54%) estavam em classe funcional I, 5 (38%) na II, e 1 (7%) na III. Não foram observadas alterações significativas da espessura do septo interventricular, da parede posterior, do tamanho da cavidade e da FEVE. O gradiente médio da via de saída do VE foi de 50 mmHg (0 - 171) e, após o implante do MP, de 27 mmHg (0 - 114). Após implante de MP 4 pacientes realizaram ablação do nó atrioventricular por radiofreqüência pela presença de fibrilação atrial e impossibilidade de controle com drogas. Doze pacientes (92%) continuaram em uso de doses plenas de medicação.

Conclusão: A utilização de MP em pacientes com CMH teve bom resultado, melhorando a qualidade de vida. Essa melhora da capacidade funcional parece estar relacionada apenas à diminuição do gradiente da via de saída do VE. Não ocorreram óbitos no período de seguimento, fato este talvez influenciado pelo MP.