Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 042

Capnografia e Pulsoximetria em Cirurgia Cardíaca

Airton S. Crespo, Adriana F. Carvalho, Luiz Antonio Campos, João Carlos de Pinho, Marco Aurélio Fernandes, Renato Vieira Gomes.

UTI de Pós-Operatório - Hospital Pró-Cardíaco - PROCEP- RJ

 

Introdução: Capnografia (ETCO2) e pulsoximetria (SpO2) fornecem, de maneira não-invasiva, dados da eficiência da troca gasosa. O objetivo deste estudo é avaliar a confiabilidade do ETCO2 e SpO2 no manuseio do paciente em pós-operatório imediato de cirurgia cardíaca.

Métodos: 18 pacientes submetidos à cirurgia cardíaca, com ou sem circulação extra-corpórea, e, em ventilação mecânica foram submetidos à medidas simultâneas da PaCO2, PaO2, SatO2, SpO2 e ETCO2 a partir da sua admissão na UTI até a sua extubação. Os parâmetros ventilatórios da admissão foram: volume corrente mandatório em 8ml/Kg, frequência respiratória em 14, FIO2 em .50 e PEEP em 5 mbar. Uma gasometria arterial era colhida 20 minutos após a admissão e a cada 60 minutos a partir de então. A análise estatística consistiu na aplicação do teste de Pearson para determinar a associação entre as duas variáveis.

Resultados: Não houve diferença estatística entre os valores de ETCO2, PaO2, PaCO2, SatO2 e SpO2 nestes pacientes. Quando apenas a primeira gasometria foi analizada, ETCO2 correlacionou-se significantemente com PaCO2 (r=0,740;p<0,001), assim como a SpO2 com PaO2 (r=0,634;p<0,006) e SatO2 (r=0,606;p<),007). Quando as 91 análises foram estudadas houve uma correlação significativa do gradiente (PaCO2-ETCO2) com a PaCO2 (r=0,426;p<0,001). Esta última observação apenas nas sucessivas análises pode refletir a denitrogenação alveolar durante a anestesia sob altos valores de FIO2.

Conclusão: A avaliação não-invasiva da troca gasosa correlaciona-se com os valores da gasometria arterial e diminui a necessidade de análises repetidas do sangue arterial, mostrando um impacto nos custos hospitalares.