Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 054

Contribuição da Atividade Vagal em Parâmetros Eletrofisiológicos Supraventriculares em Atletas.

Ricardo Stein , Arthur V. Cavalcanti , Elton L. Ferlin , Ruy S. Moraes , Jorge P. Ribeiro.

Serviço de Cardiologia, Hospital de Clínicas, UFRGS, Porto Alegre, RS

 

Fundamento: Atletas praticantes de atividades aeróbias apresentam freqüência maior de alterações na condução átrio-ventricular (AV), porém, pouco se conhece a respeito das modificações que ocorrem no sistema éxcito-condutor em indivíduos com eletrocardiograma de repouso normal.

Objetivo: Estudar associação entre o automatismo sino-atrial e a condução AV avaliados pela cardioestimulação transesofágica (CETE), com a atividade vagal avaliada através da variabilidade da frequência cardíaca, em atletas praticantes de atividades aeróbias e em sedentários normais.

Delineamento Estudo de caso controle.

Material e Métodos: Foram estudados 10 atletas maratonistas e 10 sedentários hígidos, com idade semelhante e do sexo masculino. O consumo máximo de oxigênio (VO2 max) foi estimado pelo protocolo de Bruce e realizada CETE para verificação do tempo de recuperação do nó sinusal corrigido (TRNSc) e do ponto de Wenckebach (PW). Foi registrado o eletrocardiograma de 24 horas e calculados a média dos intervalos RR normais (RRmed) e o índice raiz quadrada da média da soma das diferenças sucessivas entre intervalos RR ao quadrado (rMSSD), para avaliação da atividade vagal.

Resultados:

 

RRmed

(ms)

rMSSD

(ms)

PW

(ms)

TRNSc

(ms)

VO2

(ml/kg.min)

Atletas 1028± 142* 42± 16 122± 20 * 369± 135 80± 4 *
Sedentários 821± 90 31± 12 145± 14 279± 85 37± 3

(* P < 0.05). Houve uma correlação regular entre o PW e a rMSSD (r = 0,48; r2 = 0,24 ; P < 0,01).

Conclusões: Não foi detectada diferença significativa no automatismo sino-atrial entre os grupos. Os atletas apresentaram condução AV diferente do observado nos sedentários, porém, a contribuição da atividade vagal explica somente 24% da variação do PW. Outros fatores podem contribuir na gênese das modificações dromotrópicas que ocorrem em atletas praticantes de atividades aeróbias com eletrocardiograma de repouso normal.