Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 073

Valvoplastia mitral por cateter-balão: fatores ecocardiográficos preditivos de reestenose em seguimento de dois anos.

Caio C.J. Medeiros, Luis F. Cardoso, Miguel Rati, Max Grinberg, Silvia Lage, Giovanni Cerri.

InCor - HC - FMUSP

 

Fundamento: O valor preditivo dos parâmetros ecocardiográficos no seguimento tardio pós valvoplastia mitral por cateter-balão (VMCB) permanece controverso.

Objetivo: Avaliar os fatores ecocardiográficos preditivos de reestenose mitral em pacientes (pts) submetidos a VMCB em dois anos de seguimento.

Material: Foram estudados prospectivamente 102 pts (33 + 12,4 anos, 87,3% mulheres) submetidos a VMCB com sucesso durante o período de 24 meses.

Métodos: Os pts foram avaliados antes (PRÉ), 48 horas (POI) e 24 meses (P24) após a intervenção. Considerou-se reestenose o decréscimo de ao menos 50% do ganho inicial da área valvar mitral (AV) no P24. Foram analisadas as variáveis idade, sexo, rítmo cardíaco, classe funcional (CF) no PRE e POI, escore ecocardiográfico, gradiente transvalvar médio (G), AV e presença de IM no PRÉ e POI. 72 pts não apresentaram reestenose (grupo A - 33 + 12,4 anos, 86,1% mulheres) e 30 pts tiveram reestenose (grupo B - 34 + 12,6 anos, 90,0% mulheres).

Resultados: Na amostra global evidenciou-se aumento da AV entre o PRÉ e o POI com redução no P24 (0,93 + 0,24 cm2 vs 2,02 + 0,38 cm2 vs 1,71 + 0,42 cm2, p<0,0001) e queda acentuada do G com posterior elevação, quando comparadas as três condições (12,54 + 4,92 mmHg vs 5,84 + 2,99 mmHg vs 6,75 + 3,93 mmHg, p<0,0001 e p=0,023, respectivamente). Houve melhora da CF (um caso permanecendo em CF III no POI) com manutenção no P24 (90,2% em CF I/II). Comparando-se os grupos, a análise estatística mostrou diferença apenas para o G no POI (A = 5,31 + 2,60 mmHg e B = 7,13 + 3,48 mmHg, p=0,013), porem com valor preditivo baixo (46,7%).

Conclusão: Pacientes com G mais baixo apresentaram menor redução da AV em 24 meses.