Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 079

Função sistólica após correção da insuficiência mitral. Relação com o tipo de procedimento.

Eduardo G Rossi, Max Grinberg, Pablo Pomerantzeff, Walkíria S Ávila, Flávio Tarasoutchi, Luiz Cardoso, Protásio L Luz, Giovanni Bellotti.

Instituto do Coração HCFMUSP, São Paulo - SP.

 

Fundamento: A correção da insuficiência mitral (IM) é associada a queda dos parâmetros de ejeção do ventrículo esquerdo no pós operatório.

Objetivo: Verificar se o tipo de tratamento cirúrgico aplicado à IM influencia nos parâmetros sistólicos no pós operatório.

Delineamento: Avaliação pré e pós-operatória.

Material: Estudamos consecutivamente 36 pts operados por IM isolada, com idade superior a 21 anos, sem coronariopatia significativa, com idade média de 56 ± 13 anos, sendo 24 homens (66,6%). A etiologia foi o prolapso mitral em 32 (88,8%), doença reumática em 3 (8,3%) e pós endocardite em um caso (2,7%). Em 22 (61,11%) pts realizou-se cirurgia conservadora (grupo GCC) e em 14 (38,8%) implante de prótese biológica (GPR) com conservação de parte do aparelho subvalvar.

Métodos: Foram determinadas a classe funcional pré-operatória (CF) e a fração de ejeção (FE) e índice do volume sistólico final (IVSF) ecocardiográficos no pré (PRO) e no pós operatório (PO) imediato (até 5 meses). As comparações foram pelo teste pareado de t e método de Fisher.

Resultados: Os grupos GCC e GPR eram semelhantes no PRO em relação a: idade (57± 13 x 55± 12 anos), sexo masculino (54,5% x 57,1%), CF (todos III ou IV), FE (73±10 x 72±10), IVSF (42±22 x 41±14 ml/m2) e incidência de doença reumática (4,5% x 14,2%).

A comparação PRO e PO mostrou que o grupo GRP apresentou queda significativa da FE (72±10 para 58±12 - p<0.001) e tendência para aumento do IVSF (41±14 para 50±26 ml/m2 - p< 0,08) enquanto estes índices se mantiveram inalterados no GCC com FE (73±10 para 69±12) e IVSF (42±22 para 38±26 ml/m2).

Conclusões: A piora dos índices sistólicos após a correção da IM correlaciona-se primordialmente ao implante de prótese (mesmo que se preserve em parte o aparelho subvalvar) não ocorrendo com a CC.