Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 081

Detecção de comprometimento vagal precoce isolado em pacientes chagásicos sem cardiopatia estudados pelo Mapa de Retorno Tridimensional

Ruy S. Moraes, Antônio L. P. Ribeiro, Elton L. Ferlin, Manoel O.C. Rocha, Rosália Torres, Luís Rohde, Carisi Polanczyk, Jorge P. Ribeiro.

Serviço de Cardiologia e Engenharia Biomédica, Hospital de Clínicas, UFRGS, Porto Alegre, RS, Faculdade de Medicina da UFMG, Belo Horizonte, MG.

 

Fundamentos - Existem controvérsias sobre a precocidade e o grau de comprometimento símpato-vagal na doença de Chagas. O Mapa de Retorno Tridimensional (MR3D) permite quantificar a variabilidade da freqüência cardíaca em períodos de 24 h. Segundo estudos com bloqueio farmacológico, o método também informa sobre a atividade simpática, através do índice P1, e vagal, através dos índices P3 e MN [Moraes et al. Arc Bras Cardiol 1996;67 (supl I):83].

Objetivos e delineamento - Avaliar a modulação autonômica de pacientes chagásicos sem cardiopatia, através dos índices do MR3D, em estudo transversal.

Metodologia - Quarenta e dois pacientes chagásicos (Ch) e 31 controles (Co) sem evidências clínicas, eletrocardiográficas, radiológicas e ecocardiográficas de cardiopatia realizaram ECG de 24 h para obtenção da série temporal de intervalos RR. O MR3D foi construido usando como eixos RRn versus [(RRn+1)-(RRn)] versus densidade. Foram calculados os índices de quantificação P1 (ângulo de inclinação no ponto de maior densidade), P2 (máximo eixo longitudinal), P3 (máximo eixo transversal) e MN (índice global), expressos em unidades arbitrárias (UA).

Resultados - Os índices do MR3D P3 (Ch: 100 + 4 UA; Co: 118 + 4,7 UA, p=0,006) e MN (Ch: 612 + 31,7 UA; Co: 722 + 37,7 UA, p=0,03) foram menores nos chagásicos, quando comparados aos controles. Em relação a P1 não houve diferença entre os dois grupos.

Conclusão - Os pacientes chagásicos, quando avaliados num período de 24 h, apresentam comprometimento vagal precoce, sem comprometimento simpático detectável pelo MR3D.

Apoio CNPq.