Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 083

Eletrocardiograma de Alta Resolução em pacientes submetidos à Ventriculectomia Parcial do Ventrículo Esquerdo (operação de Batista)

Nancy Tobias, Paulo J Moffa, Carlos A Pastore, Paulo Sanchez, Edmar Bocchi, Márcio A Silva, Noedir Stolf, Giovanni Belotti, Fúlvio Pileggi.

Instituto do Coração do HC da FMUSP

 

Fundamentos: A presença de potencial tardio (PT) no Eletrocardiograma de Alta Resolução (ECGAR) indica áreas de condução lenta que potencialmente servem como substrato para arritmias ventriculares malignas por mecanismo de reentrada. Pacientes submetidos à ventriculectomia parcial do ventrículo esquerdo (VPVE) apresentam frequentemente taquicardia ventricular sustentada (TVS). Admite-se a reentrada como mecanismo desta arritmia.

Objetivo: Analisar o ECGAR no domínio do tempo em pacientes com cardiomiopatia dilatada idiopática submetidos à VPVE para estratificação de risco de TVS.

Pacientes: Foram estudados 21 pacientes (pts) após VPVE. Todos foram submetidos à biópsia endomiocárdica, ecocardiograma e cineangiocoronariografia para excluir miocardite, cardiomiopatia isquêmica e outras doenças musculares. Dezesseis pts (76,19%) apresentavam distúrbio de condução com predomínio de bloqueio de ramo esquerdo (93,75%).

Métodos: Na ausência de distúrbio de condução a presença de PT, com filtro de 40 Hz, foi considerada quando 2 dos seguintes critérios estiveram presentes: duração do QRS filtrado ³ 114 ms, sinais de baixa amplitude (SBA) ³ 38 ms e raiz quadrade de voltagem dos últimos 40 ms (VM40) £ 20 m V. Nos pacientes com bloqueio de ramo considerou-se apenas o VM40 £ 14m V para reconhecimento do PT.

Resultados: Nove pts (42,85%) apresentaram TVS após a cirurgia, sendo que destes, 8 tinham PT. A presença de PT ocorreu em 11 pts: 8 pts (72,72%) com TVS e 3 pts (27,27%) sem TVS - p < 0,05.

Conclusões: 1- A incidência de PT em pacientes após VPVE foi de 52,32% e destes, 72,72% tiveram TVS.

2- O ECGAR no domínio do tempo permitiu identificar os pacientes com risco de desenvolver TVS após VPVE.