Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

TL 105

Adriana Novais Pinto, Alexandre Gonçalves de Sousa, André Nicola João, Carlos Raul R Artuza, Eduardo Henrique S Martinello, Paola Smanio

Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, São Paulo - SP

Fundamento: Sabe-se que teste ergométrico positivo em mulheres nem sempre está relacionado com a presença de doença arterial coronária significativa.

Objetivo: Verificar o valor diagnóstico da cintilografia de perfusão do miocárdio associada ao esforço, em mulheres com teste ergométrico positivo para isquemia do miocárdio.

Delineamento: Estudo retrospectivo.

Material: Foram analisados 3.013 pacientes que realizaram cintilografia de perfusão do miocárdio com Sestamibi-Tc-99m associada ao esforço, no período entre 01/94 e 12/96. Destes, foram selecionados 110 pacientes submetidos a cintilografia de perfusão miocárdica com finalidade diagnóstica, por serem do sexo feminino (média de idade de 61,3 anos), apresentarem fatores de risco para doença arterial coronária e teste ergométrico compatível com isquemia do miocárdio. Foram excluídos pacientes com alterações no eletrocardiograma basal, infarto do miocárdio prévio, ou qualquer outra patologia cardiovascular.

Método: Considerou-se teste ergométrico positivo para isquemia miocárdica quando havia presença de infradesnível do segmento ST maior ou igual a 1,5mm e/ou presença de dor precordial típica ao esforço. As cintilografias de perfusão do miocárdio eram ditas com presença de isquemia quando havia hipocaptação transitória do radiofármaco apenas após a fase de esforço em uma ou mais regiões miocárdicas.

Resultados: Das 110 mulheres com teste ergométrico positivo, somente 27 (24,5%) também mostravam isquemia na cintilografia de perfusão do miocárdio.

Conclusão: Teste ergométrico positivo em mulheres, mesmo com alta probabilidade pré-teste para doença arterial coronariana, tem baixa correlação com a presença de isquemia na cintilografia de perfusão do miocárdio.