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Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia
TL 109O Significado da Abstinência do Álcool na Cardiomiopatia Alcóolica com Disfunção Ventricular Francisco Albanesi F.º, Tatiana Silva, Marcia Castier, Silvia Boghossian Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ, RJ
Fundamento: A abstinência é tida como importante elemento no tratamento da cardiomiopatia alcóolica (CMA), não estando bem definida sua participação nos pacientes (pac) com disfunção ventricular moderada. Objetivo: Avaliar papel da abstinência, no período de 12 meses na CMA com disfunção ventricular moderada e compensada com digital, diurético e IECA. Delineamento : estudo observacional prospectivo. Casuística : 20 pac com CMA, 9 (45%) na classe funcional II e 11 na III (55%), 16 homens (80%), predomínio de negros (55%), de 35 a 56 (x =45) anos, com consumo pesado de álcool de 51 a 112 (x =85) meses. Método :Início concordaram com terapia de apoio (AA - alcóolicos anônimos e psicoterapia de grupo), avaliados pela clínica e por exames complementares não invasivos, comparando antes do início da terapia (G I),e após 12 meses, os abstêmios (G II) e os não abstêmios (G III). Resultados : Após 12 meses 11 (55%) permaneciam na terapia de apoio, 8 (72,72%) estavam no G II em comparação aos 9 que não se mantiveram no programa, porém 2 (22,22%) lograram abstinência (GII). Ao fim da avaliação tivemos igual número de pac nos GII e GIII (10 pac - 50%). Comparando os grupos verificamos : 1- média do diâmetro diastólico (VED) era menor no GII (6,23cm),do que no GI (6,5cm) e GIII (6,88cm), com p< 0,001. 2- média do diâmetro sistólico (VES) menor no GII (5,11cm) do que nos GI (5,40cm) e GIII (5,47cm), com p< 0,001. 3- ocorreram 4 internações motivadas por agravamento da disfunção, 1 no GII e 3 no GIII. 4- a evolução clínica e dos exames complementares mostrou que 4 pac apresentaram melhoras (3 no GII e 1 no GIII), 10 permaneceram inalterados (6 no GII e 4 no GIII) e 6 tiveram agravada a cardiopatia (1 no GII e 5 no GIII). Conclusões : Apesar do desejo inicial, a abstinência só foi obtida em 50% da amostra de CMA com disfunção ventricular moderada, porém no grupo onde foi alcançada tivemos menor número de internações, melhor evolução (inalterados e melhoras = 90%), pela redução do VED e VES , devendo ser perseguida mesmo nos pac com maior grau de disfunção ventricular. |