Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 122

Fibrose do aparelho subvalvar mitral em crianças com miocardiopatia dilatada: um sinal ecocardiográfico importante na avaliação da origem anômala da arteria coronária esquerda da artéria pulmonar .

Tâmara Cortez Martins, Angela M.T. Albuquerque, Nana Ikari, Andressa M. Soares, Caio Medeiros, Miguel Barbero-Marcial, Giovanni Cerri.

InCor - H.C. - F.M.U.S.P.

 

Fundamento: O ecocardiograma é um exame não invasivo importante na avaliação da origem anômala da coronária esquerda da artéria pulmonar (OACE).

Objetivo:Demonstrar a importância da fibrose do aparelho subvalvar mitral como um sinal ecocardiográfico importante na avaliação dos pacientes (pts) portadores de (OACE).

Material e Método: De 1979 à 1994, 36 pacientes (pts) submeteram-se a cirurgia para correção de OACE. A média etária era de 12,3 (2 a 51) meses e 19 eram do sexo masculino.Os pacientes foram subdivididos em dois grupos A e B: Grupo A (GA) com 27 pts que sobreviveram (média etária = 12,4 meses, 14 do sexo masculino) e o Grupo B (GB) com 9 pts que foram a óbito no pós-operatório imediato.

Resultados: Os achados ecocardiográficos foram:

Diagnóstico OACE Miocardiopatia Fibrose subvalvar Insuficiência Disfunção D D
ao ECO   dilatada mitral mitral do VE (%)
GA 20 (74%) 6 (22%) 8 (29%) 20 (74%) 26 ( 96%) 18,23 ± 5,99
GB 7 (77%) 1 (11%) 6 (67%) 7 (77%) 9 (100%) 18,86 ± 5,84

O follow up do Grupo A (média 36 m) mostrou melhora da função do VE, redução dos diâmetros sistólico e diastólico e a persistência da fibrose do aparelho valvar mitral em 12 pts (44%), todos com IM, sendo de grau discreto em 9, moderado em 2 e importante em 1. Os achados ecocardiográficos do Grupo B foram confirmados ao exame anátomo-patológico.

Conclusão:A correção cirurgica: 1) Melhorou a fração de ejação do ventrículo esquerdo e diminuiu os diâmetros. 2) Não mudou o aspecto fibrótico do aparelho subvalvar mitral.3) O achado ecocardiográfico de fibrose subvalvar mitral é um dado importante na avaliação dos pts com OACE por ter sido mais frequente no GB e por ser determinante da persistência da IM.