Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 126

Toxoplasmose em transplante cardíaco infantil

Davi Uip, Miguel Barbero Marcial, Estela Azeka, Luis Camargo, Paulo Roberto Camargo, Marcelo Jatene, Cristina Monteiro, Edmar Atik, Munir Ebaid.

Instituto do Coração HCFMUSP

 

Fundamento: Avaliar a incidência de infecções oportunistas em transplante cardíaco infantil.

Objetivo: analisar a frequencia, achados clínicos da Toxoplasmose e sua associação com doenças neoplásicas, métodos diagnósticos, indicação de profilaxia e mortalidade na população pediátrica.

Delineamento: Estudo prospectivo onde foi analisada a Toxoplasmose em transplante infantil.

Pacientes e métodos: 12 crianças submetidas a transplante cardíaco foram investigadas prospectivamente para Toxoplasmose. A idade variou de 6 meses a 5 anos e 11 meses 9 (média de 2,57 e desvio padrão de 1,84). Cinco eram do sexo masculino. O diagnóstico foi feito através da reação de hemaglutinação e detecção de anticorpos IgM e IgG. O protocolo de imunosupressão consistiu de ciclosporina e azatioprina. Os receptores soronegativos que receberam o coração de doador soropositivo ou de sorologia desconhecida foram submetidos a administração de pirimetamina (1mg/kg/dia) por via oral por 40 dias. O diagnóstico de Toxoplasmose incluiu achados clínicos, exames de imagem, líquor, exame oftalmológico e achados anátomo-patológicos.

Resultados: Três crianças (25%) apresentaram sorologia positiva pré-transplante, havendo reativação em um deles. O diagnóstico foi estabelecido em 7 (58,3%). Três crianças apresentaram o diagnóstico através de achados clínicos, de laboratório não específicos e de sorologia. Em quatro crianças houve soroconversão. A doença linfoproliferativa foi diagnosticada em um paciente que evoluiu ao óbito dois anos após o Tx.

Conclusão: Houve um número expressivo de casos de Toxoplasmose (7 casos - 58,3%). A reativação de Toxoplasmose latente ocorreu em um caso (14,2%). As formas assintomáticas e oligossintomáticas foram frequentes (71,4%). A associação com PTLD foi de 14,2%. A sorologia específica foi definitiva no diagnóstico em seis (85,7%) dos casos. Toxoplasmose ocorreu nos períodos de maior imunosupressão das crianças (no controle de episódios de rejeição aguda) ou com outras doenças infecciosas.