Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 127

Avaliação hemodinâmica e evolução clínica de crianças portadoras de cardiomiopatia dilatada candidatas a transplante cardíaco.

Estela Azeka, Miguel B. Marcial, Paulo R. Camargo, Luiz Kajita, Ana C. Aliman, Jorge Afiune, Marcelo Jatene, José O. Auler, Edmar Atik, Munir Ebaid.

Instituto do Coração - HC FMUSP - São Paulo - Brasil.

 

Fundamento: O estudo dos parâmetros hemodinâmicos em cardiomiopatia dilatada severa.

Objetivo: avaliar os parâmetros hemodinâmicos e evolução clínica de crianças portadoras de cardiomiopatia dilatada candidatas a transplante (Tx).

Delineamento: Estudo prospectivo onde foram avaliados os parametros hemodinâmicos das crianças portadoras de cardiomiopatia dilatada severa

Pacientes e métodos: 23 crianças com idade de 6 meses a 9 anos (média 2,4 anos) com cardiomiopatia dilatada com ventriculografia radioisotópica (gated blood pool) entre 10 - 26% (média 16,8%) foram submetidas a cateterismo (método de termodiluição), onde os seguintes parâmetros foram analisados: índice cardíaco (IC), pressão média artéria pulmonar, pressão capilar pulmonar e índice de resistência vascular pulmonar (IRVP). O IC variou de 1,2 a 3,5 L/min (média 1,8 l/min), pressão média de artéria pulmonar variou de 20 a 58 mmHg (média de 34,8 mmHg)pressão capilar pulmonar variou de 10 a 35 mmHg (média de 19,3 mmHg) e IRVP variou de 1,7 a 16 unidades (média 6,8 U).

Resultados: Dez (43,5%) crianças foram submetidas a Tx com sobrevida de 90% (houve um óbito após 2 anos por doença linfoproliferativa).

A mortalidade foi de 8 (34,8%) em 23 crianças que aguardavam Tx devido a baixo débito. Cinco crianças (21,7%) permaneceram vivas e aguardando o Tx. A única diferença significativa comparando-se idade, fração de encurtamento, fração de ejeição ventricular esquerda, índice cardíaco, pressão arterial pulmonar, pressão capilar pulmonar e IRVP entre o grupo que sobreviveu aguardando o transplante (A) e o grupo que foi a óbito (B) foi idade. O grupo B tinha idade média 60 meses e o grupo A de 25,8 meses, p = 0,021.

Conclusão: Neste estudo, a mortalidade da doença foi alta enquanto aguardou-se o transplante ( 34,8%) e a idade foi a única diferença significativa entre o grupo que sobreviveu enquanto aguardava o Tx e o grupo que foi a óbito antes do procedimento (quanto maior a criança, maior o risco de ir a óbito enquanto aguarda-se o Tx).