Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 128

A importância da profilaxia com soro antitimocítico em crianças submetidas a transplante cardíaco

Estela Azeka, Miguel B. Marcial, Paulo R. Camargo, Marcelo Jatene, José O. C. Auler, Verônica Coelho, Jorge Kalil, Edmar Atik, Munir Ebaid.

Instituto do Coração - HC MUSP - São Paulo - Brasil.

 

Fundamento: Profilaxia através de indução com soro antitimocítico em transplante cardíaco para rejeição aguda.

Objetivo: O objetivo deste trabalho foi avaliar o uso do soro antitimiocíto produzido por coelhos (ATS) versus soro antitimocítíco produzido por cavalo (ATG) na indução terapêutica em crianças submetidas a transplante cardíaco, como profilaxia de episódios de rejeição aguda.

Delineamento: Estudo prospectivo através da utilização de soro antitimocítico e seguimento clínico.

Material e Métodos: Dez crianças (idade variando de 28 dias a 6 anos) foram submetidas ao transplante cardíaco (Tx),de abril de 1993 a março 1997. A sobrevida foi de 91,6% com seguimento médio de 20 meses.

Todos os pacientes apresentaram painel de título de anticorpo reativo menor que 10%, com exceção de um caso que apresentava 11%. Todos os cross-matches foram negativos. O protocolo de imunosupressão foi baseado em terapia dupla, sem corticoide, consistindo de ciclosporina e azatioprina. A metil prednisolona foi administrada no intra-operatório e continuada após a cirurgia, completando 4 doses. A dose de azathioprina foi de 3 mg/kg/dia. A indução por ATS foi em 6 pacientes e por ATG em 4. A dose de ATS variou de 0,5 a 2 mg/kg/dia sendo dada em média por 8 dias a ATG foi de 10 - 25 mg/kg/dia, média de 6 dias.A diminuição da população de CD3 foi menos de 150/mm3 através da citometria de fluxo.

Resultados: O número médio de episódios de rejeição por paciente no grupo com ATG (6 pacientes, média de seguimento 16 meses) ou ATG (4 pacientes,média de seguimento 25 meses) foi de 2,5 e 3,5. Nenhum paciente no grupo que recebeu ATS necessitou ATS ou ATG no tratamento dos episódios de rejeição. Por outro lado, todos os pacientes no grupo dado ATG requereram ATS ou ATG. O número de infecção por paciente no grupo com ATS e ATG foi 2 e 0,75 respectivamente. Infecção foi tratada com sucesso em todos os casos.

Conclusão: Indução terapêutica com ATS mostrou uma diminuição no número de episódios de rejeição tratados e no uso de ATS ou ATG no tratamento de episódios recorrentes.