Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

TL 149

Mario F T Neves, Julia F Sousa, Mario J S Pereira, Wille Oigman

Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - RJ

Fundamento: Diversos estudos morfométricos já foram realizados com artérias de resistência. Todavia, as medidas estruturais nas artérias de médio calibre de pacientes hipertensos ainda não estão bem documentadas.

Objetivo: Determinar as modificações na estrutura da parede arterial uterina conseqüentes à hipertensão arterial sistêmica.

Delineamento: estudo transversal.

Casuística: 26 pacientes com indicação de histerectomia eletiva foram selecionadas e divididas em 2 grupos. O grupo 1 (controle) foi constituído de pacientes normotensas e o grupo 2 de hipertensas sem tratamento regular.

Material: Foram obtidos 2 segmentos da artéria uterina de cada paciente logo após a histerectomia.

Métodos: Os segmentos arteriais foram fixados, colocados sobre lâminas e corados. Através de um sistema de imagem composto por microscópio acoplado a uma videocâmara, as lâminas foram submetidas ao estudo morfométrico através de um programa (software) assistido por computador.

Resultados: Considerando os valores médios, o grupo de hipertensas apresentou menor área da luz vascular e maior área das camadas íntima e média, mas sem significância estatística. As hipertensas também apresentaram menor diâmetro da luz vascular e maior espessura da camada média. A relação média/luz foi o resultado mais importante, sendo de 20,96 ± 1,61 % no grupo controle e de 33,02 ± 3,67 % no grupo com hipertensão arterial (p=0,0225).

Conclusões: A hipertensão arterial está associada com um aumento da relação média/luz na artéria uterina (artéria muscular de médio calibre). Esta relação aumentada parece ocorrer por aumento da espessura da camada média e conseqüente redução da luz vascular.