Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 150

Colágenos e Glicoproteínas na Parede Arterial Uterina de Mulheres Hipertensas

Mario F T Neves, Julia F Sousa, Maria G F Sales, Rafaela C Rodrigues, Wille Oigman

Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - RJ

 

Fundamento: Já foi comprovada a relação da fibronectina com a hipertensão e com a aterosclerose. Pesquisas demonstraram também um aumento da síntese de colágeno na parede vascular de pacientes hipertensos.

Objetivo: Analisar os padrões e as intensidades de laminina, fibronectina, colágenos I e III na parede da artéria uterina de pacientes hipertensas.

Delineamento: estudo transversal.

Casuística: 26 pacientes com indicação de histerectomia eletiva foram selecionadas e divididas em 2 grupos. O grupo 1 (controle) foi constituído de pacientes normotensas e o grupo 2 de hipertensas sem tratamento regular.

Material: Foram obtidos 2 segmentos da artéria uterina de cada paciente logo após a histerectomia.

Métodos: Os segmentos arteriais foram fixados, colocados sobre lâminas e corados. Para análise imunohistoquímica foram utilizados anticorpos primários específicos. À microscopia óptica, os padrões foram definidos como fibrilar, difuso ou reticular e a intensidade foi avaliada como ausente (-), fraca(-/+), leve(+), moderada(++) ou intensa(+++).

Resultados: Na camada média, as glicoproteínas (fibronectina e laminina) apresentaram um padrão mais difuso. Na íntima, o padrão mais comum de laminina foi o difuso e de fibronectina foi o fibrilar. Com relação à intensidade nos dois grupos, não houve diferença significativa da laminina, mas a fibronectina foi mais intensa no grupo hipertenso, na membrana basal (p=0,0666) e na íntima (p=0,0518). Na região mais interna da íntima e na camada média, o grupo com hipertensão arterial apresentou intensidades de colágeno pouco mais elevadas que o grupo com PA normal.

Conclusões: A hipertensão arterial parece estar relacionada com o acúmulo de fibronectina na parede arterial uterina. A laminina não sofreu modificações significativas com a PA elevada. A hipertensão está também associada com pequeno aumento do conteúdo de colágeno na artéria uterina.