Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 152

O Abandono ao Tratamento da Hipertensão Arterial

Ana LL Sousa, Paulo CV Jardim, Estelamaris T Monego, Karime V Jardim, Zander Rocha, Lola H Santos.

Liga de Hipertensão Arterial/HC/Fac.Med/Enf/Nutr/UFG. Goiânia, Goiás.

 

Fundamento: A adesão ao tratamento é o maior desafio no controle da HA.

Objetivo: Conhecer a taxa de abandono ao tratamento da HA e descrever a população não aderente em período de 6 anos em serviço multiprofissional.

Delineamento: Estudo descritivo transversal.

Material e Métodos: Foram estudados todos os pacientes matriculados em Serviço Multiprofissional especializado nos cuidados ao hipertenso por período de seis anos (90/95) e que abandonaram o mesmo. Foram considerados abandono ao tratamento, indivíduos que não compareceram há 6 meses ou mais para consultas e que não estavam agendados. Os dados foram coletados nos prontuários e uzadas as variáveis: sexo, idade, tempo sob tratamento, altura, peso, PA, tipo de tratamento, tabagismo, alcoolismo, sedentarismo, dados bioquímicos. Foram colhidas informações referentes à primeira e a última (época do abandono) consulta. A taxa de abandono foi calculada considerando no numerador todos os casos identificados como tal e no denominador o total de pacientes matriculados no serviço.

Resultados: De 90 a 95 foram matriculados 1637 pacientes e 421 deixaram o tratamento levando a uma taxa de abandono de 25,7% em 6 anos. Dos que abandonaram 70,8% eram fem., idade média 54a. A maioria das desistências ocorreu nos 2 primeiros anos (65,6%), sendo que no 1o ano desistiram 42,1%.A média de permanência em tratamento foi 19meses.

PA³ 140x90 Sedent.+ Tabag.+ Álcool+ IMC>25
Início 88,1% 53% 21,1% 18,5% 67,2%
Aband. 74,6% 43,7% 15,4% 10,7% 62,7%

Conclusão: A taxa de abandono no serviço é bastante pequena, quando comparada com a literatura. Desburocratização ao acesso, agendamento prévio, controle rigoroso da frequência e equipe multiprofissional são fatores que contribuem para estes números. Maior esforço deve ser concentrado no início do tratamento pois aí ocorrem as maiores perdas. Deve ser considerado um grupo particular de pessoas que tendem a deixar o tratamento, independentemente da qualidade do atendimento.