Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 155

Prevalência do Emprego de Tratamentos Alternativos para Hipertensão Arterial em Ambultório de Referência.

Miguel Gus, Alex G. Mello, Ana Luiza M. Gleisner, Daniela D. Rosa, Maurício Pimentel, Leila B. Moreira, Flávio D. Fuchs

Unid. de Farmacologia Clínica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre - RS

 

Fundamentação: Não existem dados sobre a prevalência do uso de tratamentos alternativos para hipertensão arterial sistêmica(HAS), embora estes sejam referidos frequentemente pelos pacientes na prática clínica.

Objetivos: Determinar a prevalência do emprego de tratamentos alternativos para HAS em um ambulatório de referência.

Material e Métodos:1176 pacientes foram submetidos a avaliação inicial constando de questionário padronizado que inclui informações sobre o emprego de terapias anti-hipertensivas. A aferição da pressão arterial foi realizada segundo as normas padronizadas. Foi definido como tratamento alternativo o emprego de chás, homeopatia e espiritismo.

Resultados: Foi encontrada uma prevalência de 34,8% de emprego de tratamentos alternativos, sendo maior entre as mulheres(36,6% versus 30,6%, p=0,056). A média de idade destes pacientes foi 51± 12 anos, não diferindo do restante da amostra(50± 13, p=0,12), enquanto a média da pressão arterial foi significativamente mais elevada (sistólica 161± 28 versus 153± 24 mmHg, p<0,001; diastólica 97± 16 versus 92± 14 mmHg, p=0,024). O tratamento alternativo mais empregado foi o chá(90,6%). Pacientes com menos de 8 anos de estudo empregaram tratamentos alternativos com maior freqüência(39,5% versus 24,8%, p<0,001), assim como aqueles com renda familiar inferior a 10 salários mínimos(37,3% versus 24%, p=0,015). Os tratamentos alternativos foram mais empregados por pacientes hipertensos severos-estágios 3 e 4-(47% versus 32% p<0,001). A prevalência do emprego de tratamentos alternativos também foi maior entre os pacientes que também utilizavam fármacos anti-hipertensivos(38% versus 29,3% p=0,003).

Conclusão: O emprego de tratamentos alternativos para HAS foi bastante freqüente nesta amostra, sendo influenciado por sexo, renda, escolaridade e severidade da HAS. Faltam estudos que avaliem a influência dos mesmos sobre o controle da pressão arterial.