Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 159

Mapeamento Epicárdico Através das Veias Coronárias em Pacientes com Taquicardia Ventricular.

Angelo A. V. de Paola, Wesley D. S. Melo, M. Zildany Tavora, Ana Lúcia N. Pereira, Cássia E. Küsnir, Eulogio Emilio Martinez.

UNIFESP- Escola Paulista de Medicina - Setor de Eletrofisiologia Clínica, São Paulo - SP.

 

Fundamento: O local de origem da taquicardia ventricular pode ser endocárdico, intramiocárdico ou epicárdico. A introdução de cateteres com microeletrodos nas veias coronárias pode fornecer informações úteis sobre a localização do circuito reentrante durante o mapeamento de pacientes com taquicardia ventricular.

Objetivo: Esse estudo foi desenhado para verificar a possibilidade de mapeamento epicárdico através do sistema venoso cardíaco em pacientes com taquicardia ventricular sustentada.

Pacientes e Métodos: Foram estudados prospectivamente 20 pacientes com taquicardia ventricular sustentada clínica e reprodutível em laboratório de eletrofisiologia, sendo 16 homens e 4 mulheres com idades variando entre 35 e 76 anos. Cinco pacientes apresentavam história prévia de infarto do miocárdio, 3 apresentavam taquicardia ventricular idiopática e 12 miocardiopatia chagásica. Após estudo angiográfico pormenorizado da circulação venosa do coração, cateteres com microeletrodos foram inseridos nas veias coronárias . Um cateter endocárdico de ablação foi posicionado no ventrículo esquerdo.

Resultados: 14/20 (70%) dos pacientes apresentaram taquicardia estável; em 6/14 (42%) dos pacientes havia atividade epicárdica pré-sistólica; em 2 desses 6 pacientes as técnicas de estimulação demonstraram presença de atividade pré-sistólica de 80 ms e encarrilhamento oculto ao nível epicárdico, direcionando a ablação endocárdica para esse local. Houve sucesso na ablação endocádica através de radiofreqüência em 10/20 (50%) dos pacientes. Não houve complicações.

Conclusões: 1) O mapeamento epicárdico de pacientes com taquicardia ventricular sustentada é possível e seguro.

2) Em 42% dos pacientes da população mapeada com essas técnicas houve a proximidade ou mesmo a presença de um componente epicárdico do circuito da taquicardia.