Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 160

Mapeamento Epicárdico de Taquicardia Ventricular Sustentada no Laboratório de Eletrofisiologia - Técnica e Resultados

Mauricio I. Scanavacca, Eduardo A. Sosa, André B. D’Ávila, João Piccioni, Giovanni Bellotti, Fulvio Pileggi.

Instituto do Coração da FMUSP - São Paulo

 

Aplicações de Radiofrequência (RF) em áreas aparentemente críticas do circuito de taquicardia ventricular sustentada (TVS) são capazes de provocar sua interrupção, porém a TVS é frequentemente reinduzida. Várias hipóteses tentam justificar tal fenômeno, uma delas sugere que a parte crítica do circuito está localizada no epicárdio e as lesões de RF são insuficientes para provocar lesão transmural no miocárdio ventricular. O objetivo deste trabalho foi avaliar a possibilidade e a segurança de realizar-se mapeamento epicárdico de TVS em laboratório de eletrofisiologia, através de punção percutânea e introdução de cateter explorador no saco pericárdico.

Pacientes e Métodos: treze pacientes (12 chagásicos e 1 isquêmico) com TVS recorrente, refratária ao uso de amiodarona foram selecionados para o estudo. Sob sedação, a abordagem foi a seguinte: 1) punção de veia femoral direita e posicionamento de cateter quadripolar na ponta do VD; 2) posicionamento de cateter quadripolar ou decapolar no seio coronário; 3) Punção pericárdica com agulha usada para anestesia peridural, introdução de haemaquet 7 F e posicionamentode cateteter com ponta 4 mm (Marinr) dentro do saco pericárdico; 4) Punção de artéria femoral direita, infusão de 5000 a 10.000 UI de heparina e introdução de cateter quadripolar com ponta de 4mm (EPT) no VE; 5) Indução da TVS por estimulação programada do VD ou VE; 6) Manipulação do cateter epicárdico em direção a área de origem provável da TVS, baseados no aspecto eletrocardiográfico da TVS e pesquisa de potenciais mesodiastólicos e fragmentados. Realizado ecocardiograma no dia seguinte e na alta hospitalar.

Resultados: Foi possível explorar o espaco pericárdico em todos os pacientes, exceto em paciente com CCC e cirurgia prévia e investigar 21 TVS. Em apenas um caso ocorreu discreto hemopericárdio, drenado no final do procedimento. Ecocardiograma de controle não evidenciou derrame pericárdico na alta hospitalar dentro de uma semana do procedimento.

Conclusões: O mapeamento epicárdico através de cateter no laboratório de eletrofisiologia é possivel na maioria dos pacientes com baixo risco de complicações.