Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

TL 162

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Ablação Epicárdica Transtorácica por Cateter para o Tratamento de Taquicardia Ventricular Recorrente em Pacientes Chagásicos.

Eduardo Sosa, Mauricio Scanavacca, André d’Avila, Osvaldo Sanchez, Basileu Reolão, Marcio Silva, Giovanni Bellotti e Fulvio Pileggi.

Instituto do Coração - HC - FMUSP - São Paulo - SP.

 

O insucesso terapêutico da ablação endocárdica utilizando radiofrequência (RF) em pacientes (pts) com taquicardia ventricular (TVS) pode decorrer da presença de circuitos epicárdicos. Recentemente, com a introdução de uma nova técnica para o mapeamento não cirúrgico da superfície epicárdica através de punção pericárdica, inicialmente utilizada para guiar a ablação endocárdica, surgiu a possibilidade de realizar-se ablação epicárdica transtorácica por cateter.

Objetivo: Testar a eficácia e segurança de aplicações epicárdicas de RF utilizadas no tratamento da TVS e compará-las aos resultados das aplicações endocárdicas guiadas por mapeamento epicárdico.

Casuística e Resultados: Foram induzidas 19 morfologias com ciclo médio de 305± 48 mseg em 11 pts chagásicos consecutivos e a presença de circuito epicárdico sugerida em 15 morfologias. O mapeamento epicárdico foi realizado com cateter convencional de 7Fr (Marinr ä - Medtronic) introduzido no espaço pericárdico. Considerou-se que a TVS era epicárdica quando a maior precocidade, a presença de "concealed entrainment" e de potenciais mesodiastólicos era mais evidente no epicárdio ou quando a interrupção da TVS, posteriormente não reinduzida, ocorria dentro de 10 segundos (seg) de aplicação. Durante TVS, a ativação epicárdica foi mais precoce que a endocárdica (107± 60 versus 75± 55 mseg; p< .05) e potenciais mesodiastólicos e/ou atividade elétrica contínua epicárdicas foram observados em todos os pts mas não em todas as morfologias. Os pulsos epicárdicas de RF (6 pts) interromperam as TVS, que tornaram-se não induzíveis, após 4,8± 2,9 seg de aplicação. Nas aplicações endocárdicas (5 pts) a interrupção ocorreu após 20±14 seg mas as TVS foram reinduzidas.

Conclusão: O mapeamento epicárdico foi realizado com segurança no laboratório de eletrofisiologia e pode ser utilizado para guiar tanto aplicações endocárdicas com epicárdicas. As aplicações epicárdicas foram tão seguras porém mais eficientes que as endocárdicas.