Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 170

Efeitos de Programas de Conscientização sobre o Perfil Lipídico de Indivíduos de Alto Risco para Aterosclerose.

Raul Santos, Luiz O. Nascimento, Raul C. Maranhão e Pesquisadores.

Laboratório de Pesquisa-Instituto do Coração-HCFMUSP- São Paulo-SP.

 

Fundamento: A falta de orientação sobre os fatores de risco para a doença coronária (DC) pode estar associada a falha de programas de sua prevenção.

Objetivo: Avaliar num período de 3 meses, a eficácia do reforço de orientação sobre controle de fatores de risco para DC em uma população oriunda de consultórios particulares.

Delineamento: Ensaio clínico, multicêntrico, aberto, não randomizado.

Pacientes: 598 pacientes de ambos os sexos com colesterol total do plasma (CT) > 240 mg/dl (após 30 dias de dieta hipocolesterolemiante) e 3 ou mais outros fatores de risco para DC .

Métodos: Os pacientes foram divididos em 2 grupos: Grupo A (n = 418, 55% homens , mediana de idade 55 anos) que além da orientação verbal sobre fatores de risco receberam folhetos sobre colesterol, estresse, fumo e saúde do coração; Grupo B (n = 180, 42% homens, mediana de idade 54 anos) que receberam apenas orientação verbal. Todos os participantes receberam 10 mg de Pravastatina por 3 meses. Ao final do 2o mês de tratamento foi realizada nova orientação sobre fatores de risco em A. Foram comparados os efeitos no : peso, pressão arterial, perfil lipídico, razão I (CT/HDL-C) , razão II (LDL-C/HDL-C ) e índices de Framingham.

Resultados:Os grupos A e B foram similares na idade, presença de obesidade, HAS, diabetes, fumo, hipertrofia ventricular esquerda, estresse, perfil lipídico, índices de Framingham. Houve predomínio de homens em A (p<0,05).O grupo A teve maiores alterações médias do que B no: CT (-28,0 % vs. -25,0 % p=0,005) , LDL-C ( -29,0 % vs. -27,6 % p=0,035), HDL-C (+13,7 % vs. +10,8 % p<0,05) e razão I (-39,0 % vs. -33,0 % p=0,02). Nos outros parâmetros avaliados as alterações foram semelhantes nos 2 grupos.

Conclusões: Levando-se em conta as limitações do estudo, os resultados sugerem que mesmo a curto prazo a conscientização dos pacientes potencializa os efeitos da terapia farmacológica para a hipercolesterolemia.