Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 172

Fumo e Atividade Física

Mario Rigatto, Isabel Cristina de Oliveira Netto

Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Departamento de Medicina Interna, UFRGS, Porto Alegre, RS, Departamento de Medicina Interna, FURG, Rio Grande, RS

 

Fundamento: Sabe-se que os atletas não conseguem manter as suas marcas depois de fumarem. Cronicamente, este fenômeno pode ser ilustrado pelo maior sedentarismo dos fumantes. A explicação mais plausível é de que o fumante tende a se imobilizar pela pouca competência energética que possui para o movimento, já que limitado no processo fundamental de captação de energia (Luca, L., Rigatto, M. Rev. AMRIGS, 1983; 27:41-44).

Objetivo: Avaliar a relação entre atividade física e tabagismo, na população do Rio Grande do Sul.

Delineamento: Estudo transversal.

Material: 7.435 indivíduos, com 15 ou mais anos de idade, representando as 7 mesorregiões geográficas em que se divide o Rio Grande do Sul.

Métodos:. Os indivíduos foram entrevistados na saída de supermercados ou em seus domicílios. Foram estudadas duas cidades de cada mesorregião: a maior e outra com menos de 30.000 habitantes. Foi considerado como atividade física ou não sedentarismo "suar a camiseta pelo menos uma vez por semana".

Resultados: Entre os não-fumantes havia 2.621 (60,8%) sedentários e 1.689 (39,2%) com atividade física; entre os ex-fumantes 693 (63,9%) e 392 (36,1%) e, entre os fumantes, 1.676 (82,2%) e 364 (17,8%), respectiva- mente. A análise pelo qui-quadrado mostrou uma associação positiva entre tabagismo e sedentarismo: OR= 2,89 (2,54 < OR < 3,27, IC 95%), p<0,000001.Foram relatados 34 tipos de atividade física sendo os mais freqüentes: caminhada, 32,8%, futebol, 23,3%, ginástica em academia, 7,6%, natação, 5,5%, ginástica na escola, 5,4% e vôlei, 5,1%.

Conclusão: Na população do Rio Grande do Sul, entre os fumantes o número de pessoas fisicamente ativas é 2,2 vezes menor que entre os não-fumantes. Os ex-fumantes ocupam posição intermediária.