Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 173

Valor da Ecocardiografia Transesofágica no Diagnóstico da Embolia Pulmonar.

Armando Cantisano, Antonio Carlos Nogueira, Guilherme Paulino, Arnaldo Rabischoffsky, Alvaro Moraes, Fernando Morcerf, Rubens C Costa Filho, Evandro T Mesquita, Hans Dohmann.

ECOR e PRÓ-CARDÍACO - Rio de Janeiro - RJ

 

Embolia Pulmonar (EP) é patologia freqüente em pacientes (pts) internados, representando fator complicador na evolução destes. A confirmação do diagnóstico clínico tem sido realizada através da Medicina Nuclear.

Objetivo: demonstrar a utilidade da Ecocardiografia Transesofágica (ETE) na identificação da trombose da artéria pulmonar (AP) e/ou de trombos ou tumores com possibilidades emboligênicas nas cavidades direitas.

Métodos: foram estudados 39 pts (idades de 38 a 99 anos; 24 homens) com diagnóstico clínico de EP com ou sem cardiopatia de base. A ETE foi realizada com anestesia tópica da oro-faringe, sem sedação, utilizando-se transdutores biplano, no prazo máximo de 12 horas após o diagnóstico clínico. Ênfase foi dada ao estudo dos átrios e das artérias pulmonares, bem como ao tamanho do ventrículo direito (VD) e à sua função (avaliação qualitativa).

Resultados: em 10 pts (26%) a ETE demonstrou a presença inequívoca de trombose arterial pulmonar [TAP (todos os casos envolvendo o ramo direito da AP)]. Destes, 2 tinham trombos no atrio direito. Em 3 pts (8%) a ETE detectou imagens compatíveis com tumores (1 em parede do infundíbulo do VD; 1 em anel tricúspide e 1 no septo inter-atrial). Nos 26 pts (66%) restantes a ETE não detectou trombos. Com relação ao VD foram observados: 1- 10/10 pts (100%) com TAP ao ETE apresentavam dilatação e hipocinesia acentuadas; 2- 19/26 pts (73%) sem TAP ao ETE também apresentavam dilatação e hipocinesia; e 3- apenas 3 pts apresentavam-se com VD considerado normal.

Conclusão: a localização periférica da maioria dos trombos pulmonares, bem como aqueles no ramo esquerdo da AP (locais não visualizados ao ETE) impedem o diagnóstico de TAP por demonstração direta. Embora o achado ecocardiográfico mais comum [envolvimento do VD (92%)] não necessite da realização da ETE, suas prontas informações à beira do leito no que diz respeito à presença de fontes emboligênicas e à avaliação morfo-funcional do coração, justificam a sua utilização.