Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 175

Evolução Hospitalar de 140 Pacientes com Endocardite Infecciosa.

Leonardo A. Batista, Dirceu R. Almeida, Antonio C. Carvalho, Victor Oporto, Rosário Rodrigues, Andrea R. Costa, Dirceu V. Santos, Eulógio E. Martinez.

UNIFESP - Escola Paulista de Medicina - São Paulo - SP

 

Fundamento: A endocardite infecciosa (EI) sofreu nos últimos anos alterações nos seus aspectos clínicos e terapêuticos: novos fatores de risco, a introdução da ecocardiografia bidimensional e tratamento cirúrgico.

Objetivos: Analisar os aspectos clínicos e a evolução hospitalar de 140 pacientes com diagnóstico de EI.

Material e Métodos: Foram analisados os dados de 140 pacientes com diagnóstico confirmado de EI (quadro clínico + hemocultura (+) e/ou presença de vegetação ao ecocardiograma (ECO), achado cirúrgico ou autópsia. Estudo retrospectivo.

Resultados: Nos 140 pacientes houve predomínio do sexo masculino (59,2%) idade média de 33 anos. Os principais sintomas foram: febre (86,5%), emagrecimento (41,4%), adinamia (55%), dispnéia (77,8%) e tosse (30,7%). Foram acometidas 120 valvas nativas, 18 próteses, 1 canal arterial e 1 Blalock. Houve predomínio de envolvimento valvar aórtico (42,5%), mitral (37,5%), mitro-aórtico (9,1%). Os principais germes isolados foram: S. aureus (31%), S. viridans (28,3%), S. epidermidis (13,5%) e gram-negativos (13,5%). As principais complicações foram: insuficiência cardíaca severa (30%), piora da função renal (20%), fenômenos tromboembólicos (12,1%) e sepsis (9,1%). 67 pacientes foram tratados clinicamente com 22,3% de óbitos, 74 pacientes foram submetidos a tratamento cirúrgico com mortalidade de 25,6%. A mortalidade global foi de 24,2%. Como causa de óbito predominaram: sepsis (26,6%) e insuficiência respiratória (33,3%) nos clínicos e coagulopatia (36,8%), sepsis (26,3%) e falência miocárdica (15,7%) nos cirúrgicos.

Conclusões: 1) A EI teve alta prevalência em uma população jovem. 2) Houve uma incidência surpreendentemente alta de EI por S. aureus e gram-negativos nesta casuística. 3) Ao contrário da literatura, houve um predomínio de envolvimento valvar aórtico. 4) A mortalidade foi semelhante nos pacientes em tratamento clínico e cirúrgico. 5) Distúrbio hemodinâmico, sepsis e coagulopatia são indicadores de má evolução.