Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 212

Comparação entre os índices ecocardiográficos de indivíduos normotensos e hipertensos que apresentam resposta pressórica exagerada em testes de estresse laboratorial

Fernando L Herkenhoff, Eliúdem G Lima, José G Mill

Departamento de Ciências Fisiológicas da Universidade Federal do ES.

 

Fundamentos: A exposição crônica às situações de estresse da vida moderna tem sido identificada como um importante fator de risco de doenças cardíacas. Testes de estresse laboratorial são utilizados para selecionar indivíduos com tendência a apresentar uma resposta pressórica elevada durante as situações de estresse reais da vida. As lesões de órgão alvo apresentam valor preditivo em relação hipertensão arterial (HA) futura. Este estudo interessa-se em compara o perfil ecocardiográfico de um grupo de indivíduos hiperreatores em testes de estresse laboratorial que apresentam valores da normais da pressão arterial (PA) na monitorização ambulatorial da PA (MAPA) com o perfil de um outro grupo de hiperreatores, mas com valores da PA na MAPA elevados.

Métodos: Avaliou-se o perfil ecocardiográfico de 2 grupos de indivíduos com resposta pressórica exagerada nos seguintes testes de estresse laboratorial: teste de esforço máximo e contínuo em bicicleta ergométrica, teste pressórico do frio e teste isométrico contínuo utilizando 30% da força isométrica máxima. O primeiro grupo (N=20) apresentava valores médios de pressão arterial (PA) na MAPA de 24-h elevados (PA ³ 140/90 mmHg) e o segundo grupo (N=20) apresentava valores normais na monitorização (PA < 140/90 mmhg).

Resultados: Somente indivíduos hiperreatores com níveis elevados da PA na MAPA apresentavam nos índices ecocardiográficos alterações estruturais e funcionais. Especificamente, eles apresentavam em relação aos indivíduos com níveis da PA na MAPA normais diferenças significantes (P<0.05) em relação à espessura da parede septal (EPS, 9.5± 0.8 vs. 9.0± 0.8), fração de ejeção ventricular (FEV, 74± 3 vs. 71± 4) e tempo de relaxamento isovolumétrico (TRIV, 85± 8 vs. 81± 4), denotando alterações na função sistólica e diastólica.

Conclusões: Estes resultados sugerem, como um todo, que o comportamento pressórico hiperreativo em testes de estresse laboratoriais somente apresenta um papel fisiopatológico importante na doença hipertensiva quando converte-se em um comportamento hiperreativo sustentado nos cenários naturais.