Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 214

Existem Diferenças quanto a Fatores de Risco Coronário entre Homens e Mulheres com Angina Instável? - Projeto EPICOR

Luiz C S Passos, Nelson M Lobo Filho, Alessandra M S Césare, Valdemar S Oliveira Jr., Rogério Santos-Jesus, Álvaro Rabelo Jr.

Fundação Baiana de Cardiologia - UCCV / UFBa - Salvador - Bahia

 

Fundamento: A Mortalidade Hospitalar (MH) do Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) é reconhecidamente maior entre as mulheres. Entretanto, pouco se conhece sobre possíveis diferenças de fatores de risco coronário e evolução hospitalar da Angina Instável (AI) entre os gêneros.

Objetivo: Identificar possíveis diferenças na carga de fatores de risco coronário e evolução hospitalar entre homens e mulheres com AI.

Delineamento: Estudo de observacional e prospectivo. Foram seguidos todos os pacientes com AI e IAM admitidos na UCCV, a partir de 01/10/96, para avaliar características clínicas, uso de intervenções médicas e evolução hospitalar das síndromes coronárias agudas (EPICOR).

Pacientes: Foram analisados 80 pacientes, 42 homens e 38 mulheres. 68 pacientes (85%) apresentavam AI classe III de Braunwald.

Resultados: Os principais resultados do estudo estão na tabela abaixo.

Fatores de risco Homens Mulheres RR IC 95 %
Hipertensão 31 (73,8%) 33 (86,8%) 1,18 0,95-1,46
Diabetes 8 (19,0%) 12 (31,6%) 1,66 0,76-3,62
Dislipidemia 21 (50,0%) 21 (55,3%) 1,11 0,73-1,68
Tabagismo 15 (35,7%) 6 (15,8%) 0,44 0,19-1,02
História familiar 10 (23,8%) 10 (26,3%) 1,11 0,52-2,36
Eventos        
Angina refratária 5 (11,9%) 3 (7,9%) 0,66 0,17-2,59
IAM ou morte 1 ( 2,4%) 4 (10,5%) 4,42 0,52-37,84
Cirurgia ou ATC 10 (23,8%) 6 (15,8%) 0,66 0,27-1,65

ATC: angioplastia coronária

Conclusões: A despeito das diferenças de freqüência na ocorrência de tabagismo, diabetes, não existiram diferenças significativas no prognóstico hospitalar da angina instável entre homens e mulheres nessa amostra com predominância de pacientes classe III de Braunwald.