Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

TL 216

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Revascularização Miocárdica em Mulheres: Mortalidade e Fatores de Risco Pré-Operatórios

Paulo Behr, Abdalla Hamid, Silvia Toniazzo, Renato Kalil, Edemar Pereira

Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul / FUC. Porto Alegre, RS.

 

Objetivos: Conhecer a mortalidade operatória e os fatores de risco pré-operatórios de mulheres submetidas à revascularização miocárdica (RM), comparando-as com um grupo de pacientes do sexo masculino.

Pacientes e Métodos: Revisão dos prontuários de todos os 903 pacientes (pac) submetidos à RM isolada no período de 01/1991 a 12/1992 no nosso serviço. Destes, 221 (24,5%) eram do sexo feminino e 682 (75,5%) eram homens. A idade média das mulheres era 62,1 anos (35-81) e dos homens 58,7 anos (30-84) com p igual a 0,00004.

Resultados: A mortalidade hospitalar entre os 903 pacientes do estudo foi 6,2% (56 pac); das mulheres foi 5,42% (12 pac) e dos homens foi 6,45% (44 pac) com p igual a 0,5.

Entre as 221 pacientes femininas 17% (39) tinham mais de 69 anos, 20% (46) foram operadas em caráter de urgência ou emergência, 4% (9) tinham cirurgia cardíaca prévia, 9% (20) haviam tido infarto do miocárdio recente, 66% (146) tinham hipertensão arterial (HAS), 24% (53) tinham diabete melito (DM), 8% (18) tinham doença cerebrovascular, 4%(9) tinham doença vascular periférica, 7% (16) tinham fração de ejeção inferior a 0,40, e 11% (24) apresentavam lesão severa em tronco coronariano. Os fatores de risco pré-operatórios que apresentaram diferença significativa entre os dois sexos foram:

fator idade maior H.A.S. diabete

que 69 anos melito

% núm. pac. % núm. pac. % núm. pac.

mulheres 17,6 39/221 66 146/221 23,9 53/221

homens 12,4 85/682 48,9 334/682 16,8 115/682

p igual a 0,05 0,00001 0,02

Conclusões: O sexo feminino não representou fator de risco isolado para a mortalidade cirúrgica. A média de idade e a prevalência de pacientes idosos foi maior entre as mulheres. HAS e diabete são fatores de risco pré-operatórios ,e para o desenvolvimento de doença coronariana, que ocorrem mais frequentemente nas mulheres do que nos homens submetidos à RM.