Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 223

Padrões de Geometria Cardíaca ao Eco na Hipertensão: Análise dos Critérios de Estratificação.

Eduardo C. Rosa, Valdir A. Moysés, Ivan Rivera, Ricardo C. Sesso, Nárcia E. B. Kohlmann, Frida L. Plavnik, Maria Tereza Zanella, Artur B. Ribeiro, Osvaldo Kohlmann Jr.

Disciplina de Nefrologia, Unidade de Hipertensão e Diabetes, Unifesp.

 

Neste estudo foram comparadas as prevalências da geometria cardíaca ao Eco-doppler bidimensional, de acordo com 2 diferentes critérios- limite de normalidade para índice de massa de ventrículo esquerdo (IMVE): I- Critério ‘standard’ (Cornell- Pen), cujos limites são:134g/m2 para homens e 110g/m2 para mulheres; II- Critério obtido a partir do 95o percentil das médias do IMVE obtidos a partir de uma população referencial de normotensos, cujos limites foram: 110g/m2 para homens e 96g/m2 para mulheres. De acordo com estes 2 critérios a prevalência dos 4 padrões de geometria cardíaca, foram : geometria normal - 47,7% e 39,5%; remodelação concêntrica - 25,4% e 21%; hipertrofia concêntrica - 18,4% e 22,8% e hipertrofia excêntrica - 8,8% e 16,7%, respectivamente. Pelo critério I, 52,3% dos hipertensos apresentaram alterações na sua estrutura cardíaca, enquanto que com o critério II, este percentual aumentou para 60,5%. A análise entre a população de normotensos e hipertensos com geometria normal, de acordo com o critério I, revelou diferenças significativas nos parâmetros estruturais após ajuste para idade, sexo e índice de massa corporal (Covariância) : IMVE ( 78,8± 1,20 vs 85,8± 0,90g/m2*) ; parede posterior(8,5± 0,10 vs 8,90± 0,05mm*) e átrio esquerdo (33,4± 0,41vs 34,6± 0,26 mm*). Quando comparamos a população de pacientes com geometria normal, obtidos de acordo com critério II, com normotensos, tais diferenças não foram siginificativas, oque seria mais esperado para um grupo teoricamente definido como tendo "geometria normal". Os parâmetros funcionais sistólicos e diastólicos também analisados, não foram modificados pelo critério II. Concluímos assim, que o critério utilizado, baseado a partir de uma população referencial , pareceu-nos mais apropriado para detecção de hipertrofia e estratificação dos hipertensos em diferentes padrões de geometria cardíaca.