Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 232

Efeitos da precocidade da reperfusão coronariana em pacientes com infarto agudo do miocárdio (IAM) sobre a função ventricular esquerda

Clacir S. Marin-Sojo, Carlos A.M. Gottschall.

Serviço de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista do Instituto de Cardiologia / Fundação Universitária de Cardiologia, Porto Alegre, RS,

 

Objetivos - Estudar as modificações a longo prazo da função ventricular E de pacientes tratados até as primeiras seis horas pós-IAM.

Casuística - Quarenta e oito pacientes (P), 35 homens, idade média 55 anos, primo infartados, submetidos a doses de 1,5 milhão de UI de STK nas primeiras seis horas pós-IAM, com posterior angioplastia coronariana ou cirurgia de revascularização miocárdica.

Métodos - Os P foram submetidos a exame hemodinâmico e cineangiográfico entre o 3o. e 5o. dia de internação (cine I) e entre o 2o. e 4o. mês (cine II). Mediram-se: Pressões sistólica e diastólica do VE, Volumes diastólico e sistólico finais, Fração de ejeção, Encurtamento regional ântero-basal (EAB), ântero-lateral (EAL), apical (EAP), diafragmático (EDI), póstero-basal (EPB) e dP/dt obtida em relação ao valor previsto (%dP/dtPr).

Resultados - A função do VE nos 16 P com retardo =< 3horas para o início do tratamento e coronária "culpada" =< 80% de obstrução na cine II (Grupo I) e nos 15 com retardo > 3horas e/ou > 80% de obstrução na cine II (Grupo II), mostrou diferenças significantes entre valores de EAB (35,6 ± 11,2 e 24,4 ± 15,2 %; p=0,02), entre valores de EDI (35,4 ± 14,2 e 22,6 ± 17,7 %; p=0,03) e entre valores da %dP/dtPr (84,4 ± 10,4 e 73,5 ± 14,7 %; p=0,04). Nos pacientes com DA "culpada", os valores obtidos nos Grupos I e II mostraram diferenças significantes entre EAB (35,5 ± 12,3 e 17,8 ± 16,8 %; p=0,02), entre EAL (29,9 ± 14,7 e 15,5 ± 12,9 %; p=0,03) e entre EAP (17,3 ± 14,1 e 5,3 ± 7,6 %; p=0,02). Considerando-se todas as coronárias "culpadas" ou só as DA "culpadas", as diferenças basearam-se principalmente nas modificações dos encurtamentos regionais.

Conclusões: Conclui-se (p<0,05) que a precocidade da abertura da artéria "culpada" pelo IAM (até três horas depois do seu início) e a manutenção de seu diâmetro abaixo de 80% de obstrução no controle angiográfico tardio (quatro meses após) melhoram significantemente a função ventricular E, em comparação com os pacientes que não atingem esses objetivos.